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Empresa que despediu 800 trabalhadores por vídeochamada admite ter infringido a lei

A P&O Ferries avançou com esta decisão na semana passada, mas agora o CEO de uma das principais empresas de transporte marítimo britânico assumiu que a medida foi tomada de forma ilegal por não ter consultado o sindicato dos trabalhadores.
24 Março 2022, 23h00

Depois de na semana passada ter avançado com o despedimento por vídeochamada de 800 trabalhadores, a P&O Ferries, uma das principais empresas de transporte marítimo britânico admitiu que essa decisão foi ilegal por não ter consultado o sindicato dos trabalhadores, revela a “CNBC” esta quinta-feira, 24 de março.

Foi o próprio CEO da empresa, Peter Hebblethwaite, que admitiu esta ilegalidade num inquérito realizado com vários membros do parlamento britânico, salientando que os funcionários despedidos “serão recompensados na sua totalidade”.

De resto, o Sindicato Ferroviário Marítimo e dos Transportes (RMT na sigla inglesa) pediu ao governo para emitir uma declaração para impedir que os navios da P&O naveguem, além de garantir a reintegração dos trabalhadores demitidos.

Esta decisão que afetou quase um quarto dos funcionários da empresa foi tomada na última quinta-feira, quando os funcionários foram informados de que aquele seria o seu “último dia de trabalho”. A P&O Ferries justificou na altura essa decisão como o “último recurso” para salvar o negócio.

O responsável do sindicato referiu que as motivações dadas pelo CEO da P&O Ferries revelaram “múltiplas violações da lei” e pediu a demissão do cargo de Peter Hebblethwaite.

O ex-ministro dos Transportes, Sir John Hayes, sugeriu que o governo devia “recuperar quaisquer verbas concedidas à P&O durante a pandemia” numa tentativa de reverter esta decisão.

Esta medida foi também condenada pelo arcebispo de Canterbury e pelo bispo de Dover numa declaração conjunta feita na rede social Twitter onde classificam estes despedimentos como “desumanos e antiéticos”, além de serem “um pecado aos olhos de Deus”.

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