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CMVM: Empresas demonstram falta de conhecimento sobre finanças sustentáveis

De acordo com o relatório divulgado pelo regulador do mercados sobre os fatores ‘ESG’, as 17 entidades envolvidas nessa consulta pública, entre as quais empresas e associações representativas do setor empresarial e financeiro e dos consumidores, sinalizaram dificuldades de “imprecisão e confusão conceptual” sobre o tema.
  • Cristina Bernardo
12 Novembro 2019, 15h15

A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) divulgou esta terça-feira, 12 de novembrom o relatório relativo ao documento de reflexão e consulta pública sobre finanças sustentáveis publicado em fevereiro. As 17 entidades envolvidas, entre as quais empresas e associações representativas do setor empresarial e financeiro e dos consumidores, sinalizaram dificuldades de “imprecisão e confusão conceptual” sobre o tema.

“As entidades envolvidas na consulta pública revelaram que a integração dos fatores ESG [Environmental, Social and Governance] nas suas organizações e nos processos de tomada de decisão, ainda que de modo diferente consoante o modelo de negócio e sectores de atividade, é uma preocupação presente e crescente”, pode ler-se no relatório divulgado pela CMVM.

Os respondentes – AEM (Associação de Empresas Emitentes de Valores Cotados em Mercado), APB (Associação Portuguesa de Bancos), APEE (Associação Portuguesa de Ética Empresarial), APFIPP (Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Patrimónios), Banco Best, BCSD (Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável), CFA Society Portugal, CITE (Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego), Deco, EDP, Euronext, GRACE (Grupo de Reflexão e Apoio à Cidadania Empresarial), Granito Group, Jerónimo Martins, Ordem dos Economistas, Sonae e Vieira de Almeida – revelaram unanimidade quanto aos benefícios gerais da incorporação de fatores ambientais, sociais e de governaça nos produtos e serviços oferecidos nos mercados financeiros, dado que os mesmos promovem um futuro sustentável, inclusive para o bem-estar das populações.

Tendo em conta que a sustentabilidade tem marcado a agenda mediática, a generalidade das associações e empresas que participaram na consulta pública consideraram “muito importante” que fossem acauteladas tentativas de greenwashing (quando uma organização investe em publicidade de boas práticas ambientais em vez de as executar efetivamente). Nesse sentido, apresentaram como possível solução o desenvolvimento e a aplicação de “critérios credíveis” para definir o que, de facto ,constitui um investimento ESG e a avaliação do seu cumprimento (por exemplo, criando índices de referência concretos).

O regulador dos mercados destacou ainda “o impacto positivo que a integração de fatores ESG pode gerar para os investidores e a sociedade em geral, consubstanciado numa maior confiança em relação ao funcionamento dos mercados financeiros e das instituições”. No entanto, segundo a CMVM, foram apontadas dificuldades como: “falta de conhecimentos no mercado sobre o tema; a prevalência de modelos de gestão e investimento excessivamente focados no curto prazo; as dificuldades de mensuração dos compromissos ESG, bem como dos impactos e benefícios para a sociedade e o investidor; a heterogeneidade de modelos de reporte de informação; os custos de reporte, entre outros”.

Face a estes resultados, a entidade liderada por Gabriela Figueiredo Dias comprometeu-se a a promover o debate e a partilha de informação o assunto (o que inclui uma área específica no site), manter diálogo permanente com os stakeholders, esclarecer e acompanhar os emitentes no cumprimento de deveres de sustentabilidade e participar ativamente em fóruns internacionais e nacionais sobre finanças sustentáveis.

Notícia atualizada às 16hoo

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