As empresas do Business Council for Sustainable Development (BCSD) Portugal redigiram um manifesto no qual pedem mais ambição para acelerar a transição para a bioeconomia circular, exigindo que a COP15 da Biodiversidade, que começou hoje em Montreal, Canadá, protagonize um momento de viragem para o reconhecimento da importância da natureza para a economia mundial.
“Hoje, metade da economia mundial depende de capital natural, como matérias-primas, mas a delapidação dos ecossistemas e a perda de biodiversidade encontram-se atualmente no topo dos riscos ambientais globais, a par das alterações climáticas”, é referido num comunicado que acompanha o manifesto.
O manifesto foi dado a conhecer aquando do início do COP15, que decorre entre hoje e dia 19 de dezembro, durante o qual será adotada uma Estratégia Global para a Biodiversidade Pós-2020, para travar a perda global de biodiversidade até 2030 e promover a recuperação dos ecossistemas naturais.
Para o BCSD Portugal, “este enorme desafio obriga à convergência ativa de todos: sector público, sector privado, universidades, sociedade civil e cada um de nós individualmente”.
No manifesto, “as empresas são chamadas a contribuir para a consciencialização coletiva sobre a importância da biodiversidade, partilhando as boas práticas e a construindo parcerias positivas. Paralelamente, devem estabelecer planos de ação com metas claras, ambiciosas e alinhadas com a ciência de valorização da biodiversidade e do capital natural, bem como adotar sistemas de reporte de riscos e impactes, procurando que os seus modelos de negócios sejam regenerativos, isto é, tenham um impacte positivo na biosfera”, é referido numa emitida a propósito da publicação do manifesto.
O BCSD Portugal pede aos poderes público, nomeadamente aos governos, incentivos e reconhecimento para as empresas que melhor cumpram e medidas eficazes que assegurem a proteção da biodiversidade e dos ecossistemas.
“O desafio do combate às alterações climáticas depende também e em larga escala do contributo da natureza. Sem os ecossistemas e a biodiversidade que compõem a biosfera não haveria vida humana no planeta Terra”, é destacado no documento.
Segundo João Meneses, secretário-geral do BCSD Portugal, na COP15 deverá ser “decidido um reforço dos incentivos à transição para um novo paradigma de bioeconomia circular e de baixo carbono, assente em matérias-primas preferencialmente de origem biológica, renováveis e com níveis de desperdício próximos de zero”.