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Empresas estrangeiras identificam menores obstáculos ao investimento do que as nacionais

No Boletim Económico de dezembro, o Banco de Portugal assinala que a parcela de empresas estrangeiras que reportam um obstáculo importante é 16 pontos percentuais (p.p.) menor do que nas empresas nacionais.
  • Jason Reed/Reuters
18 Dezembro 2018, 09h02

As empresas estrangeiras em Portugal identificam menores obstáculos ao investimento do que as empresas nacionais, nomeadamente no que concerne à “incerteza sobre o futuro” e “disponibilidade de financiamento”, segundo dados analisados pelo Banco de Portugal (BdP).

No Boletim Económico de dezembro, divulgado esta terça-feira, a instituição liderada por Carlos Costa, com base em dados do Investment Survey (EIBIS) do Banco Europeu de Investimento (BEI), assinala que a parcela de empresas estrangeiras que reportam um obstáculo importante é 16 pontos percentuais (p.p.) menor do que nas empresas nacionais.

O inquérito do BEI, que compara as decisões de investimento e as restrições de financiamento das empresas portuguesas e das da UE28, analisa para Portugal um total de 480, 525 e 535 sociedades não financeiras em 2016, 2017 e 2018, respetivamente.

“A disponibilidade de financiamento relaciona-se com a estrutura de financiamento das empresas para fins de investimento. De acordo com os resultados do EIBIS, em Portugal esta estrutura difere substancialmente entre empresas nacionais e estrangeiras”, realça o BdP, acrescentando que “como esperado, as empresas de capital estrangeiro apresentam uma maior parcela de financiamento intragrupo do que as empresas nacionais”.

Segundo os dados analisados, em Portugal, o financiamento intragrupo representa 9% do investimento das empresas estrangeiras, “enquanto para as empresas nacionais esta opção não é relevante”.

“Além disso, em Portugal, a proporção de financiamento externo nas empresas estrangeiras é maior do que nas empresas nacionais. Este resultado não é explicado pelo menor investimento interno das empresas estrangeiras que operam em Portugal (uma vez que na UE28 a parcela é semelhante), mas principalmente pela grande proporção de financiamento interno nas empresas nacionais”, sublinha.

O BdP destaca ainda que a proporção de empresas nacionais com restrições de financiamento foi superior à das empresas estrangeiras, respetivamente 13, 12 e 6 pp. empresas

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