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Empresas exportadoras e importadoras têm maior produtividade, conclui BdP

BdP identifica um aumento do peso das empresas que participam em trocas internacionais. Crescimento resulta sobretudo da prevalência de empresas exportadoras em todos os setores, nomeadamente a partir de 2010.
8 Maio 2019, 00h01

As empresas que participam no comércio internacional, quer através das exportações, quer das importações, estão associadas a maior produtividade, conclui o Banco de Portugal. No Boletim Económico de maio, divulgado esta quarta-feira, a instituição liderada por Carlos Costa reconhece, no entanto, que não registam “ganhos assinaláveis”.

“É inequívoca a existência de um diferencial positivo (ainda que relativamente estável ao longo do tempo) entre empresas que participam no comércio internacional e as restantes”, refere o BdP, numa análise sobre a produtividade aparente do trabalho em Portugal na última década.

“É expectável que as empresas exportadoras, aptas a competir nos mercados internacionais, possuam níveis de produtividade mais elevados. Da mesma forma, as empresas importadoras beneficiam do acesso a bens intermédios mais diversificados (o que se pode traduzir tanto na qualidade como no preço dos mesmos) e da exposição a cadeias de valor globais, sendo, também, mais produtivas face às empresas que não importam”, acrescenta.

Fonte: Boletim Económico de maio, Banco de Portugal, expurgando os efeitos de dimensão da empresa, setor, ano de entrada no mercado e ciclo

Ou seja, os analistas do BdP destacam é possível identificar os efeitos visíveis nas empresas exportadoras, ao nível da concorrência externa, quer as empresas importadoras, com o “acesso a melhor inputs”, como o preço ou qualidade, assim como as cadeias de valor global.

“O efeito conjunto de exportar e importar é inferior à soma dos efeitos individuais – possivelmente indicando que os canais através dos quais os ganhos de produtividade operam são em larga medida semelhantes – mas, ainda assim, superior ao de deter apenas um dos estatutos”.

O BdP sinaliza ainda que se regista ao longo do tempo, um “diferencial estável para as exportadoras”, assim como “algum incremento para as importadoras”.

“A empresa mediana (na distribuição da produtividade) do grupo das exportadoras tem uma  produtividade superior em 8.500 euros por trabalhador à da empresa mediana do grupo das não  exportadoras. Os efeitos do estatuto importador são inferiores mas ainda assim relevantes, situando-se em cerca de 5.800 euros. Finalmente, o efeito conjunto é de 9.900 euros por trabalhador”, destaca.

Aumento do peso das empresas envolvidas no comércio internacional

O BdP destaca o aumento do peso das empresas que participam em trocas internacionais: 2,6 pp na indústria; 2,8 pp na construção; 2,6 pp nos outros serviços; 1,1 pp no comércio, reparação, alojamento e restauração. Este incremento resulta sobretudo da prevalência de empresas exportadoras em todos os setores, nomeadamente a partir de 2010.

Em termos absolutos, o número de empresas que exportam ou importam aumentou 8% na indústria, 25% na construção, 62% nos outros serviços, 11% no comércio, reparação, alojamento e restauração.

“Note-se que, se é verdade que as novas exportadoras já detinham, antes de começarem a exportar, níveis de produtividade mais elevados do que as empresas que não entraram em mercados externos, é também verdade que essas novas exportadoras registaram ganhos adicionais depois de iniciarem a sua atividade exportadora, corroborando assim o impacto agregado positivo do acréscimo no número de exportadoras”, acrescenta.

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