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Empresas exportadoras preparam-se para maior risco de não pagamento em 2023

A percentagem de empresas exportadoras que prevê um aumento do risco de não pagamento das exportações cresceu em relação ao inquérito do ano passado, aumentando 11 pontos percentuais para 40%, conclui a Allianz Trade.
1 Junho 2023, 11h33

As empresas mantêm-se relativamente otimistas quanto às perspetivas de exportação este ano. Ainda assim, a percentagem daquelas que se estão a preparar para um maior risco de não pagamento aumentou em 2023, face ao ano passado, naquele que continua a ser um cenário de elevada incerteza económica.

As conclusões constam da segunda edição do inquérito global da Allianz Trade, divulgado esta quinta-feira, que contou com cerca de três mil empresas exportadoras de países como França, Alemanha, Itália, Espanha, Polónia, Reino Unido e EUA.

“Para 2023, aproximadamente 70% das empresas referem esperar que o volume de negócios gerado pelas exportações aumente em termos anuais, quando, em 2022, 80% afirmavam-no na edição de 2022”, refere a Allianz Trade, que prevê um crescimento mais lento do comércio global, tanto em termos de volume como de valor.

Por outro lado, mais inquiridos (42%) esperam que a duração dos prazos de pagamento das exportações aumente, em comparação com o ano passado (31%). Nos EUA e no Reino Unido, esta percentagem está agora próxima de 50%.

Neste cenário, a percentagem de inquiridos que prevê um aumento do risco de não pagamento das exportações cresceu em relação ao inquérito do ano passado, aumentando 11 pontos percentuais para 40%, com destaque para o Reino Unido e Alemanha, indica a Allianz Trade.

“As empresas estão a enfrentar uma combinação de fatores: menor procura, a pressão adicional sobre a rentabilidade e condições de crédito restritivas, uma vez que os bancos centrais continuam a aumentar as taxas de juro de modo a baixar a inflação. Neste contexto, estão claramente a preparar-se para prazos de pagamento das exportações mais longos e um maior risco de não pagamento em 2023”, afirma Aylin Somersan Coqui, CEO da Allianz Trade, citado no comunicado. As perspetivas sobre as insolvências mundiais apontam para um crescimento de 21% em 2023, face a 2% em 2022.

É também perante esta incerteza que as empresas preferem apostar nos mercados onde já estão e não tanto em novos mercados. “Dos inquiridos, 63% são a favor do aumento do investimento em países onde já estão presentes, enquanto 47% planeiam investir em novos países”, refere a Allianz Trade.

Por outro lado, no campo dos critérios ambientais, sociais e governance (ESG, na sigla em inglês), as empresas preferem dar prioridade à continuidade da atividade. “No meio de um abrandamento económico e de constrangimentos ao nível do financiamento, mais de 80% dos inquiridos afirmam que darão prioridade à continuidade do negócio em detrimento dos compromissos ESG em 2023”, conclui.

Ainda assim, as empresas não desistiram totalmente dos objetivos ESG: a maioria dos inquiridos (85%) está a intensificar os esforços para mudar para fontes de energia verde a longo prazo, especialmente em Espanha, nos EUA e em França.

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