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“Empresas mais fortes e mais internacionais”, defende CEO da Fidelidade para acelerar retoma económica

O JE celebra o seu quarto aniversário no dia 16 de setembro. Para marcar a ocasião, pedimos a 33 lideres (das áreas da economia, política e sociedade) as receitas que podem ajudar o país a sair de uma crise inesperada. Leia aqui o texto de Rogério Campos Henriques, CEO da Fidelidade.
14 Setembro 2020, 08h17

Rogério Campos Henriques, CEO da Fidelidade

Mais do que inventar uma receita mágica e rápida, que não existe, Portugal precisa de melhorar estruturalmente, melhorando também a forma como implementa essa receita, catalizando os vários ‘stakeholders’, aumentando a qualidade da execução dos planos e mantendo a consistência das opções ao longo do tempo.

Não há dúvida que a pandemia e o confinamento criaram uma crise grave, mas também mudaram paradigmas e revelaram oportunidades que têm que ser aproveitadas, mais ainda no contexto dos fundos que irão ser investidos ao longo dos próximos anos. A disrupção criada e a aceleração da transformação digital que se está a produzir voltam a abrir uma janela de oportunidade para que Portugal se posicione de forma mais decisiva como país competitivo no quadro global, alavancando nos nossos pontos fortes, como um destino mais atrativo para novos investimentos, de que bem precisamos.

Temos que apostar em captar e desenvolver as melhores empresas, empresas mais fortes e mais internacionais, mais robustas financeiramente, com horizontes claros e ambição global. Portugal deve apostar mais na educação e formação, apoiar a inovação e a digitalização da economia, e fazer um contínuo investimento nas empresas que criam mais valor e exportam produtos e serviços com ‘know-how’ e alto valor acrescentado.

Por outro lado, e aqui nada de novo, precisamos de um Estado que promova melhor execução, garanta estabilidade fiscal, política e social e uma justiça mais eficaz, mas que reconheça também e atue sobre os desafios estruturais que temos pela frente, de que destacaria a demografia, a saúde e a proteção dos cidadãos, nomeadamente, na saúde e na reforma. Os desafios são de tal forma grandes nestas áreas – apoio efetivo à natalidade, melhoria da eficiência global do sistema de saúde, a promoção de hábitos de vida saudáveis e da poupança para a reforma – que requerem uma visão integrada e uma forte complementaridade entre ‘players’ públicos e privados. Portugal tem que ser atrativo e sustentável. Não precisamos apenas de mais turistas, devemos melhorar a qualidade de vida das pessoas que vivem e trabalham em Portugal. Precisamos de uma sociedade mais jovem, mais saudável e mais dinâmica e para isso, Estado e empresas necessitam de atrair e reter o talento jovem, português e não só. Portugal precisa dos portugueses e que os melhores portugueses (e já agora também estrangeiros) queiram trabalhar em Portugal. E Portugal não é o Estado, não são “eles”. Portugal somos todos nós.

 

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