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Empresas portuguesas acompanharam ‘revolução digital’ europeia

Dados do Banco Europeu de Investimento confirmam que as empresas portuguesas estão bem posicionadas para acompanharem a tendência digital global. A diferença está entre as empresas europeias e as norte-americanas.
  • Foto cedida
25 Maio 2023, 10h34

A crise pandémica provocou um aumento significativo dos esforços de digitalização das empresas da União Europeia. Segundo o relatório ‘Digitalização na Europa 2022-2023: Dados do inquérito do Banco Europeu de Investimento (BEI) sobre o investimento’, em 2022 mais de metade (53%) das empresas do bloco adotaram medidas para reforçar a sua presença digital. As empresas portuguesas não ficaram de fora desta tendência, tendo investido continuamente na utilização de tecnologia digital avançada, com crescimentos acima a 15%, segundo aquele estudo.

Comparando os dados atuais com os do relatório Digitalisation in Europe 2021-2022, confirma-se que as empresas portuguesas – desde as micro, passando pelas pequenas, médias e grandes – têm feito um investimento na adoção de medidas tecnológicas, com destaque para o uso de tecnologia digital avançada, com valores de crescimento acima dos 15%.

A UE reduziu também a distância em relação aos Estados Unidos na adoção de tecnologias digitais avançadas. Em 2022, 69% das empresas do bloco dos 27 implementaram tecnologias digitais avançadas, como a robótica avançada, a análise de grandes volumes de dados e a inteligência artificial, em comparação com 71% das empresas dos Estados Unidos. A distância diminuiu de forma constante nos últimos quatro anos, refere o relatório divulgado pelo BEI.

Embora esses passos tenham sido dados, no cômputo geral as empresas dos Edtados Unidos realizaram maiores progressos neste domínio, sobretudo devido a um menor investimento digital por parte das micro e pequenas empresas da União Europeia. Apenas 30% das microempresas da União deram prioridade à digitalização, em comparação com 62% das grandes empresas.

“Para alcançar a transição digital e tirar partido dos seus benefícios a longo prazo, a UE deve ir além da adoção de tecnologias e ter em conta as implicações sociais mais vastas. Capacitar os trabalhadores para melhorarem as suas competências digitais será essencial para a criação de um ambiente favorável à inovação na União Europeia, tornando, por sua vez, as empresas e as regiões mais competitivas e resilientes2, explicou Debora Revoltella, diretora do Departamento de Assuntos Económicos do BEI, citada pelo comunicado.

“As infraestruturas digitais, incluindo o acesso à Internet de alta velocidade, a disponibilidade de trabalhadores qualificados e os ambientes inovadores, desempenham um papel fundamental na promoção da digitalização. As regiões dotadas de infraestruturas digitais de qualidade registam um maior retorno dos investimentos digitais e uma maior presença de empresas digitais. O relatório Digitalisation in Europe 2022-2023: EIB Investment Survey mostra que as empresas portuguesas têm apostado continuadamente nos processos de digitalização, em especial nas empresas de grande porte através do uso de tecnologia digital avançada”, afirmou Ricardo Mourinho Félix, vice-presidente do Banco Europeu de Investimento (BEI).

Apesar dos progressos realizados, continuam a existir disparidades substanciais nas infraestruturas digitais das regiões da UE, com 14 % das empresas a considerarem o acesso limitado a essas infraestruturas um dos principais obstáculos ao investimento.

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