[weglot_switcher]

Empresas portuguesas melhoram prazos de pagamentos

Em Portugal, percentagem de empresas com pagamentos dentro do prazo subiu 2,7% em 2015. E já são menos as empresas com pagamentos com atraso até 90 dias. Na Europa, manteve-se o nível de cumprimento dos prazos.
20 Setembro 2016, 15h49

Os comportamentos de pagamento melhoraram de 2014 para 2015, com a percentagem de empresas com pagamentos dentro do prazo a subir 2,7 pontos percentuais (p.p.). Por sua vez, desceram as percentagens de empresas com pagamentos com atraso até 90 dias (-2 p.p.) e com mais de 90 dias (-0,7 p.p.).

Os dados constam do estudo “Como pagam as empresas” que traça a evolução dos comportamentos de pagamento do tecido empresarial em diferentes países, com particular enfoque na Europa. A análise baseia-se no “Payment Study”, elaborado pela CRIBIS D&B e contou com a colaboração da Informa D&B, no que respeita à informação sobre Portugal.

Segundo o estudo, a percentagem de empresas que cumprem os prazos de pagamento (20,1%) fica aquém da Europa (37,5%), onde esta se mantém. Porém, mais de metade das empresas (58,6%) pagam com atraso até 30 dias.

Por seu turno, as empresas que ultrapassam os prazos de pagamento entre 30 a 90 dias e em mais de 90 dias rondam os 9,6% e 11,7%, respetivamente. E a percentagem de empresas com pagamentos em falta há mais de 90 dias (11,7%) também se distancia da média europeia (3,5%).

As micro e pequenas empresas são mais cumpridoras do prazo de pagamentos (24% e 21,1% das empresas, respetivamente), revela o estudo de comportamento de pagamentos em 2016, realçando que as grandes empresas concentram-se mais no pagamento com atraso até 30 dias (78,3%), com apenas 6,8% a pagarem até à data acordada. Já 10,6% das microempresas pagam acima dos 90 dias após o prazo acordado.

Construção com mais empresas a pagar a mais de 90 dias

O setor mais pontual em termos de pagamentos é o da agricultura, silvicultura, caça e pesca, no qual 24,1% das empresas cumprem os prazos.

Transportes e distribuição (61,7%) e Indústrias transformadoras (61,2%) são os setores que têm mais peso na categoria dos pagamentos com atraso até 30 dias.

O setor da construção tem a maior concentração de empresas que pagam com mais de 90 dias de atraso (20,4%), seguido do Retalho (13,9%) e das Indústrias extrativas (12,6%).

Maioria de empresas europeias concentra pagamentos até 30 dias

Na Europa, em média, 37,5% das empresas respeitam os prazos de pagamento (tendo em conta os 19 países europeus incluídos neste estudo). Todavia, a maioria das empresas europeias insere-se na categoria dos pagamentos com atraso até 30 dias (52,1%). Apenas 3,5% das empresas europeias ultrapassam em mais de 90 dias os prazos de pagamento.

“Na Europa, a percentagem de empresas com atrasos nos pagamentos superiores a 90 dias diminuiu 2,5 p.p. entre 2008 e 2015. Portugal, por seu turno, registou um aumento de 2,8 p.p. nessa categoria”, revela o estudo.

O estudo aponta ainda que Dinamarca volta a encabeçar o ranking europeu dos melhores pagadores, com 87% das empresas cumpridoras. O segundo e terceiro lugares são ocupados pela Alemanha (72,3%) e Hungria (59,8%).

Os países europeus cujas empresas enfrentam maiores dificuldades no cumprimento dos prazos de pagamento são Portugal, Bulgária e Grécia (com 20,1%, 21,7% e 22,7% das empresas cumpridoras, respetivamente).

Nos pagamentos com mais de 90 dias de atraso, o estudo destaca que “há relativa homogeneidade de comportamentos no continente europeu”. Salienta aqui que a maioria dos países situa-se abaixo da média europeia de 3,5% das empresas nesta categoria. As exceções são Grécia (19,9%), Polónia (14,8%), Portugal (11,7%), Bulgária (10,3%), Turquia (5,3%) e Itália (4,4%).

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.