As empresas portuguesas perspectivam um aumento nominal de 1,1% nas exportações de bens para o presente ano quando comparado com a evolução do ano passado, revela o Instituto Nacional de Estatística (INE).
“De acordo com as expetativas das empresas, este aumento é sustentado na previsão de acréscimo das exportações para os mercados intra-UE (1,7%), dado que preveem uma diminuição de 0,3% para os países extra-UE”, lê-se no relatório.
As empresas estimam que o maior acréscimo nas exportações (8,2%) seja visível nas máquinas, outros bens de capital (com exceção de material de transporte) e nos seus acessórios. Por sua vez, para os fornecimentos industriais não especificados noutra categoria prevê-se um decréscimo de 1,1%.
“As expectativas das empresas para a evolução das suas exportações de bens em 2023 diferem nos vários sectores de atividade, verificando-se em alguns casos aumentos esperados em resultado de acréscimos de preços e noutros a redução decorrente da previsão de contração da procura e de paragens programadas ou descontinuidade de linhas de produção, em resposta às condições de mercado, às disrupções nas cadeias de valor global e aos aumentos nos custos dos fatores de produção”, lê-se no comunicado do INE.
O gabinete estatístico destaca que a incerteza na evolução dos preços é apontado, pelas próprias empresas, “como um fator que influencia de forma significativa as suas previsões de exportação de bens para 2023”.
“A conjuntura atual de incerteza, espelhada nos resultados do Indicador de clima económico, refletem bem a dificuldade manifestada pelas empresas na elaboração de uma perspetiva de evolução das exportações de bens para a globalidade do ano de 2023”, destaca. Desta forma, as perspetivas da empresas em relação às exportações “poderão também refletir, em elevado grau, a incerteza quanto aos desenvolvimentos do enquadramento internacional, com impactos inesperados na procura e nos preços”.
“As opiniões das empresas, em especial as da Indústria transformadora, quanto à procura global e em particular à procura externa (carteira de encomendas), apresentaram valores na ordem dos -15 p.p. ao longo da 2ª metade do ano de 2022, e as empresas não esperam melhorias para o início do ano de 2023”, adianta o gabinete.