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Empresas querem redução das restrições e retoma da atividade

Das empresas inquiridas, 26,9% garante que não resiste mais de 30 dias sem receber um apoio para as necessidades de tesouraria e 16,2% indica que já não vai conseguir cumprir as obrigações salariais e fiscais de abril.
27 Abril 2020, 08h55

A maioria das empresas (87%) é favorável a uma redução das restrições e retoma da atividade, havendo 26,9% sem liquidez para resistir mais de 30 dias sem apoios, segundo um inquérito realizado pela Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa.

Preocupadas com o impacto que as medidas de confinamento impostas pela Covid-19 estão a ter na sua atividade “87% das empresas são favoráveis à diminuição das restrições para promover a retoma económica”, indica a 3.ª edição do inquérito “Juntos Podemos Salvar a nossa Economia”, da Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa (CCIP) hoje divulgado.

Realizado com base nas respostas de 160 empresas, o estudo conclui que 77,5% está a sentir o impacto mais negativo no que se refere às vendas no mercado nacional e 51,9% ao nível da tesouraria, valores que traduzem um agravamento de, respetivamente, quatro e de oito pontos percentuais face à edição anterior.

As conclusões deste inquérito revelam também que, apesar de os instrumentos de apoio lançados pelo Governo para mitigar o impacto da Covid-19 na economia e na tesourara das empresas, uma parte significativa afirma enfrentar momentos de incerteza e dificuldades.

Das empresas inquiridas, 26,9% garante que não resiste mais de 30 dias sem receber um apoio para as necessidades de tesouraria e 16,2% indica que já não vai conseguir cumprir as obrigações salariais e fiscais de abril.

Ainda assim, três em cada 10 empresas revela ter capacidade para resistir mais de 90 dias sem apoios à tesouraria e 21,6% afirma ter capacidade para aguentar até 90 dias.

“Questionadas sobre a necessidade de recorrer às medidas de apoio lançadas pelo Governo, 43,8% refere que vai pedir o fracionamento do pagamento de impostos, 38,1% que vai diferir os pagamentos à segurança social, 36,9% considera recorrer às linhas de crédito, e 30% indica que vai recorrer ao ‘lay-off’ simplificado”, refere o estudo, acrescentando que a análise individual das respostas mostra, por outro lado, que 17% das empresas inquiridas não irá recorrer, de imediato, a uma ou mais destas medidas.

Numa altura em que se têm ouvido várias críticas sobre a dificuldade das empresas em aceder aos apoios disponíveis – nomeadamente às linhas de crédito e ao ‘lay-off’ simplificado -, o inquérito procurou também medir as respostas dos empresários neste âmbito, com os resultados a indicarem como principal constrangimento (53,1%) a imprevisibilidade legislativa decorrente das sucessivas alterações.

“A exigência da diminuição de faturação e/ou ‘ratings’ associados a certas medidas foi referida por 43,8% das empresas, a obrigatoriedade de resultados de exploração positivos por 23,1%, a obrigatoriedade de ter a situação regularizada face à Autoridade Tributária e Segurança Social por 9,4%, e as condições impostas aos sócios gerentes para aceder aos regimes de apoio à redução de atividade é referida por 33,1% dos inquiridos” conclui o estudo.

Esta 3.ª edição do inquérito da CCIP sobre o impacto da pandemia de Covid-19 no tecido empresarial resulta das respostas de 160 empresas de diversos setores de atividade – comércio (18,8%), indústria (19,4%) e serviços (61,9%) – recolhidas entre 15 e 20 de abril de 2020.

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