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Endesa: peso da fatura energética vem de “custos que não têm a ver com a indústria”

O presidente da energética considera que a “componente fundamental” do custo do setor decorre de decisões políticas.
14 Novembro 2016, 16h14

O presidente da Endesa Portugal, Nuno Ribeiro da Silva, refutou as críticas de que a indústria energética é alvo sobre os preços elevados e assegurou que muitas vezes decorrem de custos “que não têm a ver com esta indústria”.

“Não podemos ter algumas pessoas que têm responsabilidade sobre a sobrecarga de custos – seja pela via de impostos, seja por via de taxas ou de transferência de custos políticos – a lamentarem-se e a apontarem um dedo desconfiado para a indústria energética”, sublinhou o responsável pela Endesa Portugal.

Nuno Ribeiro da Silva assegurou que “muitas vezes, a crítica às empresas do setor energético, refletida nas lamentações sobre o custo dos produtos e dos serviços energéticos, esquece que a componente fundamental da fatura energética (seja da eletricidade, combustíveis ou gás) decorre de custos que não têm a ver com esta indústria”. Nesses custos enquadram-se aqueles que foram “impostos por decisões políticas, entre os quais pontificam taxas e impostos”, referiu o empresário durante a conferência “Inovação de base Tecnológica e Competitividade”, esta segunda-feira.

Aos jornalistas, Nuno Ribeiro da Silva disse estarem em causa “desde impostos decididos pelo Governo central (…) até taxas e impostos que decorrem de decisões a nível autárquico”. Um dos exemplos que o presidente da energética deu foi a Contribuição Extraordinária sobre o Setor Energético (CESE), em vigor desde 2014 e que tem custado à Endesa cerca de 11 milhões de euros por ano.

Sobre a CESE, Ribeiro da Silva realçou que se trata de “um encargo para as empresas” e que “acaba por se refletir nos preços que o consumidor final paga”. “Um imposto, ainda por cima extraordinário, é sempre negativo”, acrescentou, em discurso na cidade do Porto.

Esta contribuição está fixada em 0,85% sobre os ativos das empresas de energia e incide sobre a produção, transporte ou distribuição de eletricidade e de gás natural, bem como a refinação, tratamento, armazenamento, transporte, distribuição ou comercialização grossista de petróleo e produtos de petróleo.

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