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Enfermeiros: Movimento pede que não sejam feitas cirurgias adicionais de combate às listas de espera

Numa mensagem publicada na rede social Facebook, o movimento de enfermeiros reagiu à requisição civil decretada pelo Governo pedindo aos enfermeiros que “deixem de ser os bonzinhos do SNS”.
7 Fevereiro 2019, 18h36

O Movimento Greve Cirúrgica apela para que os enfermeiros deixem de realizar as cirurgias adicionais para recuperação das listas de espera, operações que não são obrigatórias, sendo pagas à parte e feitas fora do horário normal.

Estas cirurgias adicionais foram criadas para recuperar as listas de espera cirúrgicas, sendo de adesão voluntária por parte dos profissionais, que recebem por cirurgia além do vencimento e realizam as operações fora do seu horário normal de trabalho. Também os hospitais recebem por esta produção adicional.

Numa mensagem publicada na rede social Facebook, o movimento de enfermeiros reagiu à requisição civil decretada pelo Governo pedindo aos enfermeiros que “deixem de ser os bonzinhos do SNS”.

Além do apelo para que não sejam feitas as cirurgias em produção adicional, o Movimento admite avançar com outras formas de protesto, não pondo de parte greves de zelo ou abandono de serviço, como disse à agência Lusa Catarina Barbosa, representante do Movimento Greve Cirúrgica.

“Lamentamos que por parte do Governo seja mais fácil recorrer a uma requisição civil do que sentar-se à mesa para negociar com os sindicatos de enfermagem! Naturalmente que vamos cumprir o imposto, pois nós, enfermeiros, respeitamos a lei. Apelamos para que a nível nacional os enfermeiros façam cumprir os seus direitos, à risca, deixemo-nos de ser os bonzinhos do SNS”, refere a mensagem do Movimento Greve Cirúrgica, que desencadeou as greves em blocos operatórios e esteve na origem da recolha de fundos feita através da Internet para financiar os grevistas.

Os responsáveis do movimento lembram aos colegas que a realização de cirurgias em regime de produção adicional “depende de cada um”.

“Não se esqueçam do poder que têm em mãos”, dizem os responsáveis do movimento de enfermeiros aos colegas.

As cirurgias feitas em produção adicional ou acrescida são uma “grande fonte de receita” para os hospitais, recorda Catarina Barbosa à Lusa.

Também os profissionais, médicos ou enfermeiros, recebem um pagamento adicional por estas cirurgias, mas a representante do Movimento considera que esta é uma forma de luta que os enfermeiros têm desde já ao seu dispor.

Catarina Barbosa diz que os profissionais estão “muito revoltados” com a requisição civil decretada pelo Governo e que “não vão baixar os braços”.

Na mensagem publicada no Facebook, o Movimento Greve Cirúrgica apela ainda para que sejam cumpridas as 35 horas de trabalho semanais, não indo além desse horário.

“As horas extraordinárias são também opcionais, pelo que cabe a cada um de nós recusá-las”, acrescenta a mensagem.

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