[weglot_switcher]

Engenheira informática portuguesa entre os finalistas do Prémio Jovens Inventores 2023

Filipa de Sousa Rocha destacou-se a nível mundial por ter desenvolvido um sistema que permite a aprendizagem digital inclusiva para crianças com deficiência visual.
23 Maio 2023, 12h58

A portuguesa Filipa de Sousa Rocha está na lista de três finalistas ao Prémio de Jovens Inventores 2023, promovido pelo Instituto Europeu de Patentes (EPO – European Patent Office). A engenheira informática destacou-se internacionalmente por ter desenvolvido um sistema que permite a aprendizagem digital inclusiva para crianças com deficiência visual.

“Penso que é muito importante criarmos tecnologias acessíveis e inclusivas para todos, independentemente das suas capacidades ou deficiências. Isso significa garantir que a tecnologia que desenvolvemos pode ser utilizada por pessoas com deficiência visual ou cegas, por exemplo, ou por pessoas com problemas de mobilidade ou destreza”, afirmou Filipa de Sousa Rocha, em declarações divulgadas pelo EPO.

O Prémio do Inventor Europeu (European Inventor Award) presta homenagem aos inventores que transformam as suas ideias em soluções que respondem a alguns dos maiores desafios do nosso tempo. O galardão distingue personalidades com espírito inventivo e que fazem contribuições positivas para a proteção da invenção e inovação.

A categoria que reconhece os mais novos é o Prémio Jovens Inventores (Young Inventors Prize), destinado a quem, com 30 anos de idade ou menos, tenha criado soluções digitais para resolver problemas globais e ajudar a alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas.

Filipa de Sousa Rocha chamou à sua invenção “Sistema de Programação Tangível Acessível Baseado em Blocos” (“Block-based Accessible Tangible Programming Systems”), que utiliza codificação baseada em blocos, uma linguagem de programação em que o programador cria sequências de instruções arrastando e soltando blocos num monitor.

No modelo criado pela engenheira portuguesa, formada no Instituto Superior Técnico de Lisboa, os blocos são tangíveis e decorados com ícones de espuma a três dimensões (3D), que representam por exemplo a direção de um determinado movimento ou a função de fala para comandar o comportamento de um robô. Assim, as crianças com deficiência visual podem controlar o aparelho eletrónico como se estivessem a jogar no computador, segundo a explicação do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).

O INPI revela ainda que o protótipo da ferramenta de aprendizagem BATS demorou menos de um ano a ser criado, foi testado à distância com cinco famílias com crianças com deficiência visual entre os seis e os doze anos, durante a pandemia de Covid-19. “Quase sem financiamento para o projeto, foi através das relações que estabeleceu com escolas, associações e famílias que Filipa Rocha conseguiu dar vida a este conceito. As famílias participantes sugeriram que fossem acrescentadas mais peças para treinar mais conceitos, como a geografia ou a matemática”, detalhou o organismo nacional.

O vencedor do Prémio Jovens Inventores – ao qual Filipa de Sousa Rocha concorre com o irlandês ​​Fionn Ferreira​ e ​​Richard Turere, do Quénia – será anunciado na cerimónia do Prémio Inventor Europeu 2023, que se realiza no próximo dia 4 de julho, na cidade de Valência, em Espanha.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.