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Engenheiros da Boeing batem recorde do Guiness com avião de papel Navigator

O recorde, inscrito no Guiness, exigiu meses de esforço e muitas horas de estudo para criar e testar vários modelos que, no futuro, poderão servir de base a novos protótipos para o setor da aviação, explica a empresa portuguesa.
25 Maio 2023, 15h50

Um avião feito em papel Navigator, projetado por três engenheiros aeronáuticos, conquistou o recorde mundial de distância com um voo de 88 metros, quase o comprimento de um campo de futebol, anuncia a Navigator em comunicado.

O recorde, inscrito no Guiness, exigiu meses de esforço e muitas horas de estudo para criar e testar vários modelos que, no futuro, poderão servir de base a novos protótipos para o setor da aviação, explica a empresa portuguesa.

Dillon Ruble e Garrett Jensen, engenheiros da Boeing, uma das maiores empresas a nível mundial no setor da aeronáutica, e Nathan Erickson, engenheiro da Garmin, a fabricante de sistemas de navegação e de voo, são os autores da proeza.

Para conquistar a maior distância de voo, o papel Navigator foi crucial. “Não conhecíamos a marca antes deste projeto, mas depois de experimentarmos vários outros tipos de papel, o Navigator A4 100 g/m² é agora o nosso papel de eleição para obter o melhor desempenho com os nossos aviões”, explica Dillon Ruble.

A “fuselagem” foi construída em papel Navigator 100 g/m2, dada a “melhor relação custo-eficiência” e “a sua estrutura firme”, explica Dillon Ruble, um engenheiro que é apaixonado por origami, a arte de dobrar papel, que é frequentemente associada à cultura japonesa.

“O conhecimento adquirido no curso de Engenharia Aeroespacial e Mecânica, da Missouri University of Science and Technology, foi fundamental para os três engenheiros projetarem um avião de papel capaz de bater o recorde mundial de distância de voo”, revela a empresa em comunicado.

O protótipo feito a partir de folhas Navigator, obtidas a partir de uma matéria-prima nacional – o eucalipto globulus – foi inspirado em modelos de aviões hipersónicos, capazes de deslocar-se a velocidades cinco vezes superiores à velocidade do som, daí ter sido batizado de “Mach 5”. Este foi o ponto de partida para os três engenheiros superarem a marca anterior (77 metros), alcançada em 2022, e que tinha levado mais de uma década a ser conquistada.

O que leva engenheiros aeroespaciais, que projetam e trabalham em aviões à escala real, a dedicar-se ao desenho de protótipos de papel e a fazê-los voar o mais longe possível? Em comunicado Dillon Ruble, explica quee “os aviões de papel e os aviões à escala real têm muitas diferenças na sua complexidade, mas operam ambos segundo os mesmos princípios. As forças básicas de impulso, sustentação, arrasto e peso podem ser utilizadas para teorizar padrões de dobragem do papel”.

O recorde mundial foi estabelecido num evento em Crown Point (no estado de Indiana, nos EUA). A Boeing apoiou esta iniciativa, considerando que “quebrar recordes é mais do que apenas um número, é desafiar-nos a nós mesmos para chegar um pouco mais longe e trabalhar um pouco mais”.

A Navigator, que chega diariamente a consumidores em mais de 130 países, espalhados pelos 5 continentes, foi a eleita para dar forma à “fuselagem” do avião recordista, já que “é a melhor relação custo-eficiência em papéis de 100 gramas e a sua estrutura firme revelou-se ideal para um avião de papel de alto desempenho”, conclui Dillon Ruble.

Recorde-se que a The Navigator Company foi a primeira, a nível mundial, a produzir, a partir do início de 1957, pasta de papel kraft e de papel de impressão a partir exclusivamente de fibras de eucalipto globulus, na Fábrica de Aveiro, em Cacia.

 

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