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Engenheiros são o que as empresas procuram

Os cursos de Engenharia lideraram as notas de entrada no ensino superior público em 2018 e cresceram em número de alunos. As empresas, que queixam de dificuldades no recrutamento de talento, aplaudem o interesse crescente dos candidatos.
9 Junho 2019, 17h00

Num mundo tecnológico em que as engenharias se assumem como o motor da sociedade em várias frentes, há cada vez mais necessidade de formar engenheiros. Só em Portugal faltarão entre 15 mil a 20 mil, segundo contas de Arlindo Oliveira, presidente da maior escola de engenharia do país, o Instituto Superior Técnico.
Os jovens candidatos ao ensino superior têm mostrado atenção e aderência à realidade e nos últimos anos disparou a procura e as médias de acesso em cursos como Engenharia e Gestão Industrial, Informática e Computadores, Eletrotecnia, Aeroespacial, só para referir alguns.
As empresas, que têm vindo a apontar o défice de talento na hora de recrutar, aplaudem o interesse crescente dos candidatos e apostam em programas que, na realidade, funcionam como abre-portas ao emprego.

A Bosch Portugal, por exemplo, empresa especializada nas áreas da condução autónoma, sensores e multimédia automóvel, bem como na termotecnologia e segurança nas cidades inteligentes, lançou em maio o programa de estágios remunerados “Jump In”. Com 130 vagas, o programa traduz a aposta nos perfis mais jovens e sobretudo na sua valorização e credibilização enquanto potenciais colaboradores, visando a integração de jovens recém-licenciados e estudantes universitários nas unidades da empresa em Aveiro, Braga e Ovar.

O programa é encarado na própria Bosch Portugal como uma porta de entrada na empresa. “‘Jump-in’ é a forma que encontramos para nos darmos a conhecer e conhecermos pessoas de várias idades, com e sem experiência que se identificam de alguma forma com o grupo Bosch e gostariam de ter uma primeira experiência na empresa”, explica Maurício Marques, diretor de Recursos Humanos da Bosch Car Multimedia, divisão da Bosch Portugal, ao Jornal Económico.
Estas experiências, acrescenta, “permitem ao candidato dar a conhecer do que é capaz e à empresa mostrar o que tem para oferecer. Desejavelmente, será o início de algo mais sério para ambas as partes”.

Segundo números da Bosch Portugal, nos últimos três anos beneficiaram deste programa cerca de 2.600 jovens. Dentro do “Jump In”, existem iniciativas com diferentes durações e timings que permitem aos alunos diferentes experiências e níveis de contacto com a Bosch. Vão desde o “Bosch Connect Day”, que dá a oportunidade de acompanhar um engenheiro da Bosch durante um dia inteiro, até aos estágios de verão que permitem a estudantes terem uma experiência durante o seu período de férias, passando pelos estágios profissionais, de longa duração, que possibilitam uma experiência mais longa e um envolvimento mais formal nos projetos da empresa.

A Efacec é outra empresa de peso na área da tecnologia e da inovação com forte ligação às universidades e centros de investigação.
Ângelo Ramalho, CEO da Efacec, explica ao Jornal Económico que o programa “Tech Trainees Efacec” funciona como um abre portas na empresa que até 2020 está a recrutar 700 pessoas, muitas das quais engenheiros. “Com este programa, a Efacec pretende atrair e integrar, nos diferentes negócios da empresa, jovens talentos, com diferentes formações de base, que ambicionem ter acesso aos melhores líderes e conhecimento técnicos.”

Em 2018, o “Tech Trainees Efacec” recrutou 20 jovens finalistas de engenharia para se juntarem à unidade de automação no Porto, durante nove meses. Os selecionados, explica Ângelo Ramalho, tiveram oportunidade de trabalhar com tecnologia de ponta, incluindo sistemas inteiramente digitais para automação de subestações, sistemas ADMS com integração da DER, computação fiável na cloud, sistemas embebidos de alta performance, cibersegurança, comunicações 5G, entre outros.

Atualmente, ao que nos revela o CEO, a Efacec tem várias oportunidades em aberto para as suas diferentes unidades de negócio. As áreas são distintas, indo do projeto e cálculo, até ao desenvolvimento de produto, passando por testes, gestão de projetos e logística.
Com 1.807 colaboradores e uma rede de concessionários e reparadores autorizados que cobre todo o país, o BMW Group Portugal estima alargar essa mesma rede em cerca de 250 colaboradores este ano. Joana Sales, Retail HR do BMW Group Portugal, adianta ao Jornal Económico que o foco do recrutamento está virado para técnicos, vendedores e consultores de serviço. No entanto, as funções de BMW Genius ou MINI Genius, aposta estratégica do grupo estão no radar. “Tentaremos encontrar os melhores talentos no mercado”, adianta.
O recrutamento e seleção são efetuados através da rpc – Retail Performance Company, englobando etapas online e presenciais.

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