Vivemos no tempo do empreendedorismo, as startups são o negócio da moda, os jovens arriscam cada vez mais e, todos os dias, nascem novas ideias e novas oportunidades.

Num mundo em constante mudança e evolução tecnológica, as oportunidades surgem ao virar da esquina. Mentes inquietas planeiam a todo o instante transformar o mundo e, apesar de mais de 90% dos projetos falharem, há loucos (ou génios) que continuam a tentar.

Assim o é desde sempre, e é essa linha entre a genialidade e a loucura que alguns insistem em ignorar que nos permite hoje ter no bolso um smartphone, conduzir um carro elétrico ou simplesmente acender uma lâmpada. Todos os dias em garagens, escritórios, laboratórios e esplanadas se discutem novas ideias, revoluciona-se a forma de pensar e de atuar.

Se há dez anos pensássemos que um simples passar de dedo no telemóvel mudaria a forma como interagimos com as coisas seríamos apelidados de loucos e, não obstante, Jobs avançou e revolucionou uma indústria. Aliás, já o fizera com o seu Apple II, criando uma necessidade onde ela não existia, a dos computadores pessoais.

Foi apelidado de louco e ovacionado como génio. Na prática foi apenas corajoso, defendeu ideais e ideias. Arriscou e venceu. Assim também o fizeram outros, como Gates ou Musk. Não foram poucas as vezes que vaticinaram o fim da empresa de Jobs, gritaram pelo seu declínio e desaparecimento. Poderia ter acontecido, mas Jobs sabia que só arriscando poderia confirmar se as suas ideias eram as de um génio ou de um louco. Para Jobs a derrota e a vitória estavam atrás da porta, e só abrindo a dita conseguiria descobrir qual sairia primeiro.

Thomas Edison, quando questionado sobre ter falhado cerca de dez mil vezes para criar uma lâmpada, terá dito: “Não fracassei ao tentar 10.000 vezes desenvolver um acumulador. Simplesmente, encontrei 10.000 maneiras que não funcionam.” O fracasso faz parte do sucesso e é a forma como encaramos esse fracasso que torna a vitória saborosa.

Mais que uma ideia ou um negócio, é preciso suprir uma necessidade, e o génio está em criar essa necessidade apresentando a solução. Assim o fez Gates ao apostar na criação de um software simples numa altura que o mercado gritava por hardware, ou Musk ao trazer os carros autónomos e elétricos do futuro para o presente. Também o fizeram e fazem, diariamente, muitos outros que não têm o reconhecimento dos que aqui falo, mas que à sua maneira transformam o presente e preparam o futuro. O mundo é deles.

E desengane-se quem achar que está tudo feito e não há nada para inventar. Há uns anos, o cardinal não era uma hashtag, os telefones eram construídos para – imagine-se – fazer chamadas e era impensável haver carros que se conduziam sozinhos.
Há uma fina linha que separa a genialidade da loucura que poucos arriscam pisar. Quem o faz, por norma, transforma o mundo.