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Presidente do Canelas: “Não nos revemos na violência”

Bruno Canastro, presidente do emblema de Gaia falou com o Jornal Económico sobre a polémica do momento. Marco Gonçalves agrediu um árbitro aos dois minutos de jogo, com uma joelhada na cara de Jorge Rodrigues.
5 Abril 2017, 13h06

Como é que a direcção do Canelas 2010 está a reagir a esta situação?

Há muita mágoa na direção do Canelas por ter acontecido o que aconteceu. O Marco é um jogador que ainda há 15 dias, num jogo muito duro para nós, falhou um penalti e mesmo assim foi dar a camisola dele a um adepto do Rio Aves, no final do jogo. Foi um exemplo de fair play e o que aconteceu contra o Rio Tinto foi um momento de loucura temporária por parte dele.

Falam neste incidente com um caso isolado mas há vários vídeos que mostram mais agressões.

Os vídeos de que falam são antigos. Há um vídeo dos adeptos do Canelas nas bancadas a revoltarem-se mas não agrediram ninguém. De resto, o Canelas tem todos os jogos filmados. As jogadas mais agressivas são sancionadas, acontece em todas as equipas, para isso é que há  árbitros e cartões. O Canelas é uma equipa como todas as outras. Os meios de comunicação estão sempre a mostrar as mesmas imagens [imagens de agressões anteriores ao jogo com o Rio Tinto] mas há mais de 40 jogos gravados.

Mas as imagens, apesar de terem sido gravadas há um ano, não deixam de ser verdade… 

São verdade e foi um jogo [contra o Vilanovense FC] em que os jogadores do Canelas tiveram entradas muito agressivas, com muito pouca ética desportiva, e a seguir a esse jogo foram tomadas medidas pelas direção.

Que medidas?

Passámos a filmar todos os jogos, passámos a por os jogos no Facebook e já tivemos uma ação de formação de ética desportiva, patrocinada pela Secretaria Geral do Desporto, para evitar casos destes, porque não nos revemos na violência e tentamos por todos os meios evitá-la.

Expulsaram Marco Gonçalves do clube: prevêem expulsar mais algum jogador?

Não, acho que o único jogador que teve um comportamento menos correto foi o Marco.

Consideram que a ligação do clube à claque dos Super Dragões é benéfica?

Não temos nenhuma ligação à claque dos Super Dragões. Havia quatro elementos dos Super Dragões que jogavam na equipa, e agora são só três.

Tendo em conta que já vinham acontecendo algumas situações mais complicadas com o clube, nunca consideraram a hipótese de reagir antes que uma situação destas acontecesse, uma situação mais grave?

Mas nós reagimos, tomámos as precauções necessárias. Os últimos comentários dos jornais e comentadores aos mais recentes jogos do Canelas elogiam a postura do clube, realçando o fair play.

Então como justificam a falta de comparência das outras equipas, que se recusaram a jogar com o Canelas 2010?

Não encontro motivo para uma falta de comparência. Nos sete jogos que decorreram esta época não houve nenhuma queixa contra o Canelas. Só após o boicote, depois da tomada de decisão oficial de não jogarem contra nós é que os outros clubes manifestaram essa vontade e foi aí que apareceram algumas queixas, mas nunca foram queixas objetivas.

Temem o fim do clube?

Penso que não. O Canelas tem muitas crianças em formação. O Canelas é uma família pacata e não nos revemos em nada do que aconteceu mas não há casos de acabarem com um clube por causa de uma atitude destas por parte de  jogador. Em seis anos não há nenhum caso de processo disciplinar contra um dirigente do clube. Na comunicação social só aparecem alguns factos. Ninguém fala das bolsas que damos às crianças que não conseguem pagar a formação.

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