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“Entrevista do embaixador dos EUA é uma ameaça e chantagem”, afirma Marques Mendes

No seu espaço de comentário na “SIC”, Marques Mendes, deixou também um alerta para as autoridades portuguesas em relação ao investimento da China, principalmente na área das telecomunicações.
27 Setembro 2020, 21h29

Marques Mendes classificou como “ameaça” e “chantagem” a entrevista do embaixador dos Estados Unidos, George Glass, ao “Expresso” no sábado. “É um verdadeiro insulto, uma ameaça e chantagem. É inaceitável. Já não chegava termos de assistir à distância às barbaridades do senhor Trump, agora também temos de ter um mini Trump em Portugal. Devia pedir desculpa”.

O embaixador dos Estados Unidos defendeu que Portugal tem de escolher entre o “parceiro económico” EUA e a China, alertando que escolher a China em questões como o 5G pode ter consequências em matéria de Defesa.

“O embaixador falou muito do investimento americano em Portugal. No tempo da troika, os chineses investiram muito em Portugal. Os americanos na mesma ocasião em vez de investirem, desinvestiram como foi o caso da base das Lages”, relembrou Marques Mendes.

Contudo, o comentador político salientou que “as autoridades portuguesas também têm que ter muito cuidado com os investimentos chineses, designadamente na área das telecomunicações. Eles investem porque têm interesse económico e financeiro, mas não é só isso, não sejamos ingénuos, também têm interesses políticos de expansão do seu poder”.

Marques Mendes abordou também a questão dos fundos europeus vindo de Bruxelas e de que forma Portugal pode aplicar os 15 mil milhões de euros, frisando, contudo, que o “debate na Assembleia da República foi simplesmente deprimente”.

O comentador apontou ainda algumas áreas onde a verba poderá ser aplicada. “Falta um programa de rejuvesnecimento da Administração Pública. Está muito envelhecida. Um programa de reformas antecipadas era uma direção”, deixando também o alerta para a questão infantil.

“Falta um programa para combater uma chaga social enorme que temos em Portugal que é a pobreza infantil. Se desperdiçamos esta oportunidade ninguém nos perdoará”, frisou.

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