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Equipa de Macron foi alvo de ciberataques envolvendo o mesmo grupo de ‘hackers’ que prejudicaram Clinton

Os responsáveis da campanha do partido do centrista “En Marche!”, confirmam ter sido alvo de cinco ciberataques desde o início do ano, levados a cabo por um grupo de espionagem, conhecido como “Pawn Storm”.
  • Fabrizio Bensch/REUTERS
26 Abril 2017, 13h08

Os responsáveis pela campanha do candidato centrista às presidenciais em França, Emmanuel Macron, confirmam ter sido alvo de cinco ciberataques desde o início do ano, levados a cabo por um grupo de espionagem, conhecido como “Pawn Storm”. O grupo de piratas informáticos, suspeito de ter ligações aos serviços secretos russos, será o mesmo que interferiu na campanha presidencial de Hillary Clinton, nos Estados Unidos.

Em comunicado, os responsáveis da campanha do partido “En Marche!” explicam que “Emmanuel Macron foi o único candidato da campanha presidencial francesa a ser atacado” e que esse facto “não se trata de coincidência”, tendo em conta que o centrista é “o último candidato progressista nesta eleição”. Os responsáveis pelas ações de campanha de Macron dizem ainda que tiveram de tomar medidas para repelir os “sucessivos ataques” e, que atendendo ao modo de operar dos atacantes, foi possível chegar à sua origem.

“Há sempre uma incerteza técnica na atribuição [do ataque], embora a tenhamos minimizado”, afirma o especialista em cibersegurança no sul da Europa para a Trend Micro (a empresa que havia lançado o alerta de espionagem), acrescentando: “mas analisamos um modo de operar com dados compilados ao longo de dois anos, o que nos permitiu determinar a origem”.

Segundo a Trend Micro, o grupo “Pawn Storm”, também apelidado de Fancy Bears, Tsar Team ou APT28, já havia sido referenciado por ter alegadamente comprometido as eleições presidenciais norte-americanas de 8 de novembro e, em especial, os resultados eleitorais do candidata democrata, Hillary Clinton. O mesmo grupo é ainda acusado de ter tentado chegar a informações confidenciais do partido da chanceler alemã, Angela Merkel, e dos serviços do presidente turco, Recep Erdogan.

Os especialistas em cibersegurança acreditam que os sucessivos ciberataques a eleições em países ocidentais têm como principal objetivo influenciar os resultados das votações. O Kremlin nega as acusações de qualquer envolvimento russo na campanha eleitoral francesa. Esta segunda-feira, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, confrontado com esta situação limitou-se a questionar: “Quais grupos? De onde veem? Porquê a Rússia? Isso lembra as acusações de Washington”.

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