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ERC mantém o ‘não’ à investidura de Sánchez, mas também mantém as negociações

A primeira ronda de negociações entre os socialistas e os independentistas catalães acabou sem acordo, mas o segundo encontro já tem data marcada. A convicção é que no fim haverá acordo.
28 Novembro 2019, 21h31

A primeira reunião entre o PSOE e os independentistas da Esquerda Republicana da Catalunha (ERC) para negociar a abstenção dos republicanos à investidura de Pedro Sánchez terminou, como esperado, sem acordo. Ambos os grupos explicaram, em dois comunicados bastante semelhantes mas não em conjunto, que ainda existem discrepâncias importantes, mas também encontraram alguns pontos de encontro, principalmente a necessidade de recuperar o diálogo. Os negociadores encontram-se novamente na próxima terça-feira.

Os republicanos disseram que continuam a não apoiar a investidura, o que fará com que o fracassasse um novo governo do PSOE, mas parece claro que a negociação está apenas a começar, segundo relatam os jornais espanhóis, pelo que, em princípio, o acordo acabará por surgir.

A ERC exige “uma ronda de negociações baseadas num pressuposto: sem questões-tabu (isto é, podendo falar-se de autodeterminação e amnistia). A ERC assegura que “ambas as partes estabeleceram um ponto de partida comum, afirmando a necessidade de abordar politicamente um conflito de natureza essencialmente política”.

Entretanto, a declaração do PSOE admite que existem diferenças, “mas também vários pontos de encontro e um desejo partilhado de diálogo que permitirá que a formação do governo seja conseguida e garanta a estabilidade política necessária que permitirá enfrentar uma agenda de direitos sociais, recuperação de direitos civis e de emprego reduzido pelo governo do PP, a situação industrial na Catalunha e em toda a Espanha, em particular o setor automóvel”.

Os socialistas insistem neste tipo de questões de conteúdo social mais alargado, para que não seja apenas um acordo para resolver o problema catalão e também um passo para começar a abrir um espaço para o Orçamento de 2020.

O PSOE está a apostar tudo neste plano, que lhe permitiria uma investidura com 169 ‘sim’ ou abstenções: PSOE, Unidas Podemos, PNV basco, Mais País, Coligação Canária, PRC Cantábria, BNG valenciana e Teruel Existe) e a abstenção da ERC e da Bildu (basca), contra os 163 lugares do PP, Vox, Ciudadanos, Navarra Suma, Junts por Catalunya e a CUP.

As reuniões continuarão até os partidos chegarem a um acordo, dizem os jornais espanhóis. Os socialistas não querem ir à investidura sem garantias. O governo quer programas a investidura para o dia 16 de dezembro, para que haja um executivo antes do Natal. “Espero que na véspera de Natal os espanhóis possam jantar com um governo em funções”, disse Pablo Iglesias, líder do Podemos.

O PSOE quer fechar as negociações antes da investidura para que Pedro Sánchez não fique pendentes até o último dia, como ocorreu em julho passado, quando finalmente tudo falhou. Desta vez, os socialistas querem uma data e uma decisão que não envolva qualquer surpresa, para que o ‘calvário’ anterior não se repita. Sánchez quer que o novo governo apresente e aprove o Orçamento antes do verão de 2020.

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