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Erdogan ameaça a Europa: “Nenhum europeu andará em segurança”

A motivar a tensão da Turquia com a União Europeia está o cancelamento de vários comícios de campanha ao referendo de 16 de abril na Turquia, em que está prevista uma reforma constitucional que dará a Recep Erdogan mais poderes e estenderá o seu mandato até 2029.
  • Kayhan Ozer/REUTERS
22 Março 2017, 12h03

O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, anunciou esta quarta-feira que assim que o referendo constituicional vai falar com a União Europeia sobre a recente tensão gerada em torno dos cancelamentos dos discursos de dirigentes turcos na Alemanha e na Holanda. Recep Erdogan adverte que, se a Europa não mudar de atitude e começar a respeitar “os direitos humanos e a democracia”, os europeus poderão nunca mais sair mais à rua em segurança.

“Se a Europa continuar com esta atitude, nenhum europeu em nenhuma parte do mundo andará pelas ruas em segurança”, disse o presidente aos jornalistas durante um evento em Ancara, alertando para que “após a aprovação do sistema presidencialista em 16 de abril, nascerá uma Turquia muito diferente”.

A motivar a tensão da Turquia com Estados-membros da União Europeia está o cancelamento de vários comícios de campanha ao referendo de 16 de abril na Turquia, em que está prevista uma reforma constitucional que dará a Recep Erdogan mais poderes e estenderá o seu mandato até 2029. Na Alemanha, três comícios foram cancelados, enquanto na Holanda dois ministros turcos foram impedidos de entrar no país para participar nos comício. Também na Aústria e Suíça, quatro comícios foram cancelados, numa tentativa da Europa de se mostrar contra o reforço do autoritarismo de Recep Erdogan.

“Nós, como turcos, pedimos que a Europa respeite os direitos humanos e a democracia”, diz ainda Recep Erdogan, garantindo que “não nos ameaçará com nada, nem com o processo de adesão à UE nem com o acordo de readmissão [de refugiados]”.

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