A Federação Nacional dos Professores (FENPROF), liderada por Mário Nogueira, continua a alertar para o perigo das denominadas escolas de acolhimento. Esta terça-feira, a estrutura sindical emitiu uma nota em que reafirma tratar-se de “nichos de risco acrescido, uma vez que crianças, de famílias onde já é grande o risco de contágio, teriam de permanecer todo o dia com outras crianças de risco semelhante”.
Num momento em que se “apela aos portugueses para que não saiam de casa e evitem o contacto social”, a FENPROF diz não perceber que “se continuem a notificar docentes e não docentes para regressarem aos estabelecimentos de educação e de ensino, adstritos a esta atividade”.
Após o encerramento das escolas a 16 de março, para tentar conter a crise da Covid-19, muitos estabelecimentos continuaram abertos para dar suporte alimentar aos alunos do escalão A da Ação Escolar ou receber os educandos dos trabalhadores de serviços especiais, como médicos, enfermeiros e outros serviços de emergência.
“Estranha-se a insistência de impor às escolas, agora na denominada interrupção letiva da Páscoa, uma resposta que obriga os docentes a correr um risco que não faz qualquer tipo de sentido. Um risco que pode transformar dezenas de alvos em dezenas de agentes dessa contaminação”, afirma o maior sindicato de professores do país.
A FENPROF diz ter já feito chegar uma proposta de solução ao primeiro-ministro, ministro da Educação, ministra da Saúde, Parlamento e Conselho Nacional de Educação: “A resposta social de que, eventualmente, estas crianças necessitam deverá ser garantida fora da escola”. Em primeiro lugar, adianta, “procurando organizar a vida da família para que possam permanecer com as crianças, o que será possível se o trabalho distribuído não for simultâneo – isto no caso dos pais serem trabalhadores de serviços essenciais. No caso em que um dos pais tenha outra atividade, a situação estará resolvida, com a sua permanência em casa”.
Nas situações excecionais em que as profissões dos pais estejam referenciadas como “serviços essenciais”, a FENPROF propõe que a família possa “escolher um cuidador que garanta o devido acompanhamento, incluindo a ligação aos professores ou educadores pelas vias estabelecidas pela escola. Ao cuidador deverão ser atribuídas as condições financeiras legalmente previstas para a família, acrescenta.
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