ESCOM foi financiada em mais de 300 milhões de dólares pelo BES, garante presidente

O presidente da ESCOM, Hélder Bataglia, disse hoje no parlamento que o BES financiou a empresa em “300 e muitos milhões de dólares”, em empréstimos e obrigações, e que o BES Angola pagou a “atividade normal” da empresa. Hélder Bataglia, que está a ser ouvido esta tarde na Comissão Parlamentar de Inquérito à gestão do […]

O presidente da ESCOM, Hélder Bataglia, disse hoje no parlamento que o BES financiou a empresa em “300 e muitos milhões de dólares”, em empréstimos e obrigações, e que o BES Angola pagou a “atividade normal” da empresa.

Hélder Bataglia, que está a ser ouvido esta tarde na Comissão Parlamentar de Inquérito à gestão do BES e do Grupo Espírito Santo (GES), disse que o BES financiou a ESCOM “em 300 e muitos milhões de dólares” – cerca de 263 milhões – em empréstimos e obrigações.

O também acionista da ESCOM (33%) indicou que também o BES Angola (BES) financiava a empresa, mas apenas para a “atividade normal, do dia-a-dia”, sem referir montantes.

Heldér Bataglia disse ainda que a ESCOM “nunca foi capitalizada” e que “sempre foi uma empresa que viveu do crédito e do financiamento bancário”, indicando que a empresa gastou cerca de 300 milhões de dólares (263 milhões de euros) na prospeção de diamantes.

Sobre a venda da ESCOM, Hélder Bataglia afirmou que foi negociada pelo presidente executivo do BES, Ricardo Salgado, e que o contrato assinado foi de “compra e venda” e não de promessa de compra e venda.

Na resposta aos vários deputados, o presidente da ESCOM assegurou ainda que só teve conhecimento da ocultação de passivo na ESI – Espírito Santo Internacioanl pela comunicação social e afirmou “confiar inteiramente” no presidente executivo do BES, Ricardo Salgado.

O grupo ESCOM foi fundado em 1993 pelo GES e por Hélder Bataglia e a atividade centra-se predominantemente em Angola, sobretudo no imobiliário e na exploração de diamantes. Além disso, a ESCOM foi consultora do German Submarine Consorcium, ao qual o Estado português adjudicou, em 2004, o concurso para dois submarinos com custos superiores a 800 milhões de euros, mas com contrapartidas previstas de pelo menos 100%.

A comissão de inquérito arrancou a 17 de novembro passado e tem um prazo total de 120 dias, que pode eventualmente ser alargado.

Os trabalhos dos parlamentares têm por intuito “apurar as práticas da anterior gestão do BES, o papel dos auditores externos, e as relações entre o BES e o conjunto de entidades integrantes do universo do GES, designadamente os métodos e veículos utilizados pelo BES para financiar essas entidades”.

OJE/Lusa

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