O PIB espanhol no terceiro trimestre foi revisto em alta, tendo registado um crescimento homólogo neste período de 3,4%, bem acima dos 2,7% inicialmente estimados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) daquele país.

Os dados divulgados esta quinta-feira apontam ainda para um crescimento em cadeia de 2,6%, o que compara com os 2,0% estimados a 29 de outubro. No trimestre anterior, a economia havia crescido apenas 1,2%, um resultado que também foi alvo de forte revisão depois da estimativa rápida que apontava para 2,8%.

A melhoria dos dados referentes ao terceiro trimestre prende-se sobretudo, explica o INE espanhol, com um consumo interno mais forte do que o estimado. Este terá crescido 1% em cadeia, ao contrário da queda de 0,4% reportada inicialmente.

Simultaneamente, as exportações tiveram um impacto mais positivo no resultado final do que na divulgação provisória de outubro, apesar das importações agora reportadas também representarem um crescimento em relação aos dados da estimativa rápida. Já os gastos públicos foram revistos em alta dos 0,1% para os 0,5%.

Apesar da melhoria do cenário macro na economia espanhola, dúvidas subsistem sobre a capacidade do país de atingir os 6,5% de crescimento anual previstos pelo Governo de Madrid. Nas últimas semanas, o Fundo Monetário Internacional e o Banco de Espanha cortaram ambos as suas projeções para 2021, projetando agora um crescimento de 4,6% e 4,5%, respetivamente.

Parte dos motivos por detrás desta pioria de perspetivas prende-se com a subida da inflação, que voltou a subir em novembro, quando a leitura do mês anterior havia já revelado máximos dos últimos 29 anos. O índice de preços no consumidor espanhol variou 5,5% em termos homólogos na divulgação mais recente deste indicador.

Por outro lado, a variante Ómicron coloca em risco a recuperação económica em curso, especialmente dada a dependência do país do turismo. Outras vertentes do sector terciário serão afetadas pela proliferação do vírus no primeiro trimestre do próximo ano, projeta a Pantheon Macro, que conclui que o país vizinho será provavelmente o último das principais economias da zona euro a recuperar os níveis de produção pré-pandémicos.

Espanha registou a maior queda do PIB entre os países da moeda única em 2020, recuando 10,8%.