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Espanha: Cunhado do Rei fica em liberdade com apresentações obrigatórias

Iñaki Urdangarin foi condenado a seis anos e três meses de prisão e ao pagamento de uma multa de 512 mil euros. A infanta Cristina foi absolvida do caso Nóos.
23 Fevereiro 2017, 12h22

O cunhado do Rei de Espanha, Iñaki Urdangarin, fica em liberdade, ao contrário do que pretendia o Ministério Público espanhol, que esta manhã pedira o pagamento de uma caução de 200 mil euros ou a sua prisão imediata. Iñaki Urdangarin está indiciado pelos crimes de fraude fiscal, prevaricação, desvio de capitais, tráfico de influência e crimes contra o tesouro, no caso Nóos.

Segundo avança o jornal espanhol ‘El País’, o Supremo Tribunal não aceitou os argumentos apresentados pelo procurador responsável pelo processo e decidiu que Iñaki Urdangarin não irá já para a cadeia, ficando sujeito a apresentações obrigatórias no primeiro dia de cada mês. O marido da infanta Cristina terá ainda que informar as autoridades sempre que queira viajar para fora da União Europeia.

Iñaki Urdangarin foi condenado a semana passada a seis anos e três meses de prisão e ao pagamento de uma multa de 512 mil euros, uma decisão tomada em unanimidade pelo coletivo de três magistrados que julgaram o caso. A infanta Cristina foi absolvida do caso, apesar de lhe ter sido imposta uma multa de 265 mil euros, depois de o tribunal ter dado como comprovado que a irmã do Rei tinha beneficiado do dinheiro desviado pelo marido.

O caso Nóos remonta a 2006, quando o jornal espanhol ‘El Mundo’ denunciou um pagamento suspeito feito pelo Instituto Nóos, uma organização sem fins lucrativos fundada e presidida por Iñaki Urdangarin.

Segundo a justiça espanhola, Iñaki Urdangarin terá enriquecido através de um esquema fraudulento feito pelo Instituto Nóos que desviava dinheiros públicos para empresas privadas. O escândalo levou a uma forte perda de credibilidade da Casa Real e levou ao corte de relações entre o antigo rei Juan Carlos com a filha. Cristina de Borbón viu ainda ser-lhe retirado o direito a utilizar o título de Duquesa de Palma e, juntamente com o marido, exilou-se, primeiro em Washington, depois em Genebra, e agora é bastante provável que rume até Lisboa.

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