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Especialista defende que sucessão é o segredo dos negócios de família

Conferência “Governance em Empresas Agrícolas Familiares – Os Desafios de Hoje” juntou 60 empresas dos setores agrícola e agroalimentar. Conselheiro de empresas espanhol Manuel Bermejo defendeu a “necessidade de manter os valores tradicionais dos negócios sem nunca perder a capacidade de adaptação à inovação”.
13 Fevereiro 2020, 08h15

A importância da sucessão foi um dos temas principais da conferência “Governance em Empresas Agrícolas Familiares – Os Desafios de Hoje”, realizada nesta terça-feira, dia 12 de Fevereiro, pela AGROGES, uma empresa dedicada à prestação de serviços de apoio ao desenvolvimento rural e ao setor agroflorestal.

O evento, que decorreu em Cascais, contou com a presença de 60 empresas familiares agrícolas, como as produtoras de vinho e azeite Quinta de Lagoalva de Cima e Herdade Passo do Conde. O principal orador da conferência foi o conselheiro de empresas familiares Manuel Bermejo, diretor e fundador da empresa de consultoria The Family Advisory Board e professor na IE Business School, em Madrid.

Manuel Bermejo referiu a importância de preservar o capital interno dos negócios de família, ao invés de vender as empresas a multinacionais americanas ou empresas chinesas. Acrescentou ainda que, além do planeamento da sucessão na condução das empresas familiares, um dos maiores desafios neste tipo de empresas é a necessidade de manter os valores tradicionais dos negócios sem nunca perder a capacidade de adaptação à inovação.

Falando da influência da nova realidade social nas empresas familiares, Bermejo disse que “o retrato de família tem vindo a mudar”, apontando exemplos como os de segundas gerações de empresários que emigram ou casam com pessoas de outros países, o que traz maior diversidade cultural aos seus negócios.

Manuela Jorge, diretora financeira da AGROGES, deu início ao encontro e falou sobre a importância de existirem “empresas portuguesas familiares robustas que persistem e sobrevivem ao longo dos anos”. Esta responsável disse ao Jornal Económico que a conferência teve como objetivo “chamar a atenção das pessoas e dizer-lhes que têm de fazer o trabalho de casa”. “As empresas familiares têm de ser resilientes e continuar a desempenhar um papel importante neste contexto global onde existe cada vez mais capital estrangeiro e existe um desafio maior em não perder o controlo dos ativos agroflorestais portugueses”, salientou.

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