Espera por acordo mantém Wall Street sem rumo

A novela em redor do tema do teto da dívida mantém-se, não obstante as palavras da semana passada proferidas por Joe Biden e Kevin McCarthy, que aludiram à forte possibilidade de um acordo no curto prazo, que seria retificado esta semana no Congresso dos EUA. Contudo, o certo é que ambas as partes continuam irredutíveis nas suas posições, com Biden a puxar pelo fio do aumento de receitas, através de mais impostos para as grandes corporações e cidadãos com elevados rendimentos.

Já do lado de McCarthy, a retórica vai no sentido da redução da despesa, inviabilizando qualquer tipo de acréscimo de impostos, o que só será conseguido com menos dinheiro para temas sociais, um ponto que o presidente dos EUA tem muita dificuldade em “vender” ao seu partido. Ou seja, apesar de grande parte das declarações serem típicas de manobras políticas de pressão mediática, o certo é que existem divergências de fundo, que podem complicar a resolução do impasse.

Até porque, no final do dia, se algo de muito prejudicial vier a ocorrer para a maior economia do mundo, seja um default ou um downgrade da qualidade da dívida, em virtude das incertezas criadas, esse facto será sempre imputado ao presidente incumbente, portanto Biden tem mais a perder do que o seu homólogo de negociação, sendo que para o ano haverá eleições presidenciais nos EUA e uma precipitação da economia numa recessão, devido a este tema, condicionará fortemente as probabilidade de Biden ser reeleito.

Mas seja qual for o desfecho do tópico, no curto-prazo o mesmo já está a manter refém o sentimento em Wall Street, com a preferência dos investidores por ficar nas linhas laterais, deixando os índices à deriva, mas com a particularidade do Russell 2000 estar a ter um comportamento manifestamente mais positivo que o restante mercado.

O gráfico de hoje é do NGas, o time-frame é diário.

O gás natural está a encontrar suporte na mediana do canal descendente (tracejado).