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Vamos todos ‘esplanadar’?

Agora que o fim de semana se anuncia, aqui ficam algumas sugestões para pôr em prática o verbo “esplanadar”. A ordem escolhida é propositadamente aleatória e a razão é fácil de explicar: gostamos de todas!
  • Casa do Castelo, Foto cedida
28 Maio 2021, 18h20

Já apetece conjugar o verbo esplanadar por todas as razões óbvias. Os dias estão mais amenos, estendem-se tarde fora e os sentidos assim o exigem para celebrar o desconfinamento que se quer pleno de horizontes e oxigénio. Mas esplanadar também pode querer dizer que tem encontro marcado com uma cadeira muito especial.

Sim. Leu bem, uma cadeira. E tem nome de gente. Neste caso, do seu criador, o mestre serralheiro Gonçalo Rodrigues dos Santos. Foi ele quem a desenhou e moldou, quem aperfeiçoou a técnica de dobrar o tubo em curvas harmoniosas e com o mínimo de pontos de soldadura. A cadeira Gonçalo, com mais de meio século de história, é a cadeira mais emblemática e internacional portuguesa.

Ainda hoje o processo continua a ser feito à mão pelos artesãos da Arcalo, a fábrica instalada na aldeia de Vale da Pinta, no concelho do Cartaxo. Mas nem sempre foi assim. Este ícone do design português terá nascido entre os anos 30 e 40, na Rua Alegre, nº 16, em Algés, a primeira casa da Arcalo. Consta que o Café Chave de Ouro, fundado em 1916, terá sido o primeiro a encomendar a sua criação. Seguiram-se outros, como o Café Lisboa, que nos anos 40 do século passado a escolheu para a sua esplanada, na Avenida da Liberdade, em pleno coração da capital.

Espaços de tertúlias também a adotaram, como A Brasileira e o Café Nicola. Apesar disso, o modelo original só viria a ser registado nos anos 50, com o nome de cadeira “modelo 7”, pelo mestre que lhe deu forma, Gonçalo Rodrigues dos Santos. Desde então não parou de migrar para outras paragens, citadinas ou não.

Eis como começou este texto. Com uma associação de ideias que juntou a enorme vontade de desfrutar de uma esplanada com um ícone do design nacional. E agora que o fim de semana se anuncia, deixamos aqui algumas sugestões, com ou sem cadeira Gonçalo, para pôr em prática o delicioso verbo “esplanadar”.

Casa do Castelo – Palmela

Dolce far niente? Porque não aqui, num miradouro suspenso sobre o verde das Serras de São Luís e da Arrábida e, ao fundo, o azul do rio Sado. Qualquer hora é um bom pretexto, o fim de tarde uma perdição e para quem gostar de ‘jogos de luzes’ a noite também tem o seu ‘quê’. O conceito da Casa do Castelo é a partilha, ou seja, tapas para degustar, e a primazia vai para os produtos da região. Não se iniba e experimente.

Casa do Castelo, restaurante & bar. Sextas, sáb. e dom. 12:30-22:30; 2ª e 5ª feira: 12:30-15:00; 19:00-22:30. Fecha às terças e quartas.

 LÁ & CÁ | Artes e Delícias – Guimarães

A Plataforma das Artes e da Criatividade acolhe esta confeitaria onde convivem sabores brasileiros e produtos portugueses. Tem ainda a particularidade de estar de portas abertas para o CIAJG – Centro Internacional das Artes José de Guimarães, que é tão-só um espaço imperdível em Guimarães.  Mas isso agora não vem ao caso. Aqui, a ideia é pôr o “lá” e o “cá” em diálogo e confecionar diariamente gostosuras que entram pelo ouvido dentro, como o pão de queijo, as tortas de palmito e as coxinhas de frango, e fazê-las acompanhar de vinho português.

Lá & Cá, confeitaria. 2ª feira a sábado: 09h30-17:00; fecha ao domingo

Ponto Final – Cais do Ginjal, Almada

Dulcínea Coelho e António Saraiva abriram este restaurante há 20 anos, numa antiga casa de pasto frequentada pelos trabalhadores do cais, nos idos de XIX. Encaixado no final de um pontão na margem de Almada, o Cais do Ginjal continua a oferecer uma panorâmica invejável sobre Lisboa. Chegar lá continua a ser dos passeios mais fantásticos. Depois é só pousar, fazer o pedido e deixar a paisagem fazer magia.

Ponto Final, restaurante & bar. Todos os dias das 10:00 às 22:30

Cordel Maneirista – Coimbra

A esplanada do Cordel, como lhe chamam por ser mais curto, leva o olhar até ao outro lado do Mondego e sobe à Torre da Universidade, casario acima. Tanto pode fazer uma pausa para uma bebida, como dar largas ao estômago. Ao fim de semana os brunches continuam a dar que falar, mas quem procura uma refeição mais criativa pode explorar a nova carta do chef Paulo Queirós.

Cordel Maneirista, wine bar & restaurante. 2ª feira e 4ª a sáb. 12:00-14:20; 18:00-22:30; domingo: 12:00-14:30; fecha à 3ª feira

O Castelo – Marvão

Diz-se que de Marvão se vê a terra toda. A discussão é garantida se os convivas assim o entenderem, mas uma coisa será consensual: vista dali, a serra de São Mamede parece não ter fim. A paisagem espreguiça-se encosta abaixo e apetece suspender o tempo ou até viajar pela história. Recordar Ibn Marwan, figura do Islão peninsular que, no final do século IX, aqui se fortificou em discórdia face ao califa e a quem Marvão deve o seu nome. Histórias… ao pôr do sol ainda soam melhor.

O Castelo – Café Lounge. 2ª a sábado: 08:30-00:00; dom. até às  23:00

Memmo Alfama Terrace – Lisboa

Já foi um segredo na colina de Alfama, aninhado no primeiro andar do Hotel Memmo, localizado num dos bairros mais carismáticos de Lisboa. Com o tempo, a mensagem foi passando entre amigos, conhecidos e menos conhecidos, por lá quem fica hospedado ou apenas vai desfrutar da vista. Sendo que ‘apenas’ não é pouco quando o azul do Tejo se funde com o azul do céu antes de dar lugar ao casario que sobe pela encosta até os telhados roçarem a piscina infinita que ali tem morada também.

Memmo Alfama Terrace, Wine bar. Aberto todos os dias das 14h00 às 22h00.

Miradouro Ignez – Porto

Na trama de certos policiais, a culpa era sempre do mordomo. No Miradouro Ignez dificilmente lhe podemos apontar o dedo. Mas a haver culpados nesta histórias será a paisagem. É isso que nos traz e faz ficar. Com o rio aos nossos pés e a cidade para contemplar, este é um spot a não perder, a solo ou acompanhado.

Miradouro Ignez, Cervejaria ao Ar Livre 2ª a 6ª feira: 11:00-22h30; sáb. 11:30-22:30; dom. 11:30-20:30

Guarita Terrace, Praia Verde – Altura, Algarve

Alguém disse vista para o Atlântico? Aroma a maresia? Espuma na areia? O quê?! Também se vê o pinhal? Ah, não menos importante, este terrace fica no ponto mais alto da Praia Verde, logo, tem tudo para ser uma “guarita” invejável. Não é um segredo bem guardado, mas se passar no sotavento algarvio não divulgue, ou corre o risco de não ter mesa para saborear um cocktail ou uma tapa com os sabores da terra.

Guarita Terrace, Bar & restaurante de tapas. Aberto todos os dias das 11:00 às 20:00 (horário temporário)

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