[weglot_switcher]

Estádios do Euro’2004: Quatro têm utilização residual e sete ainda estão a ser pagos pelas autarquias

Cerca de 14 anos depois da realização do Campeonato Europeu de Futebol em Portugal, apenas dois (Dragão e Luz) dos 10 estádios já foram pagos. Há sete câmaras municipais que ainda estão endividadas, mais de 100 milhões de euros no total.
  • Estádio Municipal de Braga, apadrinhado como “Pedreira”
19 Novembro 2018, 17h50

No âmbito do Campeonato da Europa de Futebol de 2004, realizado em Portugal, foram construídos ou remodelados 10 estádios, dos quais apenas dois (Estádio do Dragão, Porto, e Estádio da Luz, Lisboa) já foram integralmente pagos. As câmaras municipais de Leiria, Braga, Guimarães, Coimbra, Aveiro, Porto, Faro e Loulé continuam a pagar dívidas relativas a sete estádios. Por outro lado, quatro estádios têm uma utilização residual e alguns já estiveram em situação de abandono.

A Câmara Municipal de Leiria tem uma dívida de 31,7 milhões de euros por pagar, relativa ao Estádio Dr. Magalhães Pessoa. Segue-se a Câmara Municipal de Braga, com cerca de 29 milhões de euros de dívida (e processos judiciais em curso que poderão mais do que duplicar esse valor) resultante do Estádio Municipal de Braga. A Câmara Municipal de Coimbra ainda deve 15,7 milhões de euros pelo Estádio Cidade de Coimbra, ao passo que a Câmara Municipal de Guimarães deve 7,6 milhões de euros pelo Estádio D. Afonso Henriques.

Também a Câmara Municipal de Aveiro permanece endividada por causa do Estádio Municipal de Aveiro, faltando pagar 7,1 milhões de euros. É praticamente o mesmo valor que a Câmara Municipal do Porto ainda tem em dívida relativa a expropriações e obras para os estádios do Dragão e do Bessa (o Futebol Clube do Porto já pagou o Estádio do Dragão, mas o Boavista Futebol Clube ainda deve 22 milhões de euros pelo Estádio do Bessa). Quanto ao Estádio do Algarve, subsiste uma dívida de 6 milhões de euros, repartida pelas câmaras municipais de Faro e Loulé. O Estádio de Alvalade, em Lisboa, ainda não foi totalmente pago, mas desconhece-se o valor da dívida.

Por outro lado, dos 10 estádios, seis estão a ser utilizados por clubes que competem na Primeira Liga de futebol: Luz, Alvalade, Dragão, Bessa, D. Afonso Henriques e Braga. Os estádios de Coimbra e Aveiro são utilizados por clubes da Segunda Liga e do Campeonato de Portugal, respetivamente, ao passo que os de Aveiro e do Algarve não têm clubes residentes. Importa também salientar que apenas os estádios de Coimbra e Leiria dispõem de pistas de atletismo.

Na presente temporada de 2018/2019 da Primeira Liga de futebol, o Estádio do Dragão destaca-se com a maior média de ocupação, 90,21% (45.134 espectadores por jogo), seguindo-se o Estádio da Luz com 86,68% (55.619), o Estádio de Alvalade com 64,45% (32.536), o Estádio D. Afonso Henriques com 63,19% (18.962), o Estádio Municipal de Braga com 38,58% (11.685) e o Estádio do Bessa com 27,43% (7.506). Ou seja, apenas três estádios superam a barreira de 20 mil espectadores por jogo e apenas dois têm uma média de ocupação superior a 80% da capacidade total.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.