“Estado deixou de se dedicar à construção de novas casas”, afirma Miguel Morgado

O ex-deputado do PSD considera que o Executivo tomou essa decisão política no ano 2000. “Em 2016, 2017 e 2018 construímos 3.500 novos fogos em Portugal. Isto é absolutamente insustentável”, sublinhou.

Miguel Morgado é um rosto conotado com a anterior liderança de Pedro Passos Coelho. O setubalense foi um dos principais críticos pelo resultado conquistado pelo PSD nestas Legislativas de 2019

Miguel Morgado não poupa críticas às políticas do Estado português relacionadas com a falta de habitação no mercado.

O ex-deputado do Partido Social Democrata (PSD) participou com Mariana Mortágua no debate sobre o acesso à habitação em Portugal, numa conferência promovida pela mediadora imobiliária Century21 Portugal, que decorre esta quinta-feira, 9 de fevereiro, no auditório do Casino de Lisboa.

“Há um problema muito grave de investimento público em Portugal. O Estado deixou de se dedicar à construção de novas casas”, começou por referir Miguel Morgado, considerando que este problema é transversal no mercado português, mas também a nível europeu.

“Entre 2000 e 2019 o número de novos fogos construídos para habitação residencial por ano era de 110 mil. Em 2016, 2017 e 2018 construímos 3.500 novos fogos em Portugal. Isto é absolutamente insustentável”, afirmou o também comentador político da “SIC Notícias”.

Para Miguel Morgado, o Estado tomou uma decisão política no início de 2000 de não construir casas novas, não só para habitação, mas também direcionada para os estudantes.

“O nosso parque habitacional público é absolutamente residual no resto do país. Em 2018 o Governo prometeu que ia construir mais 12 mil camas para residências de estudantes em Lisboa. Em 2022 não estava construída nenhuma”, sublinhou.

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