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Estado francês quer afastar Carlos Ghosn da liderança da Renault

Em declarações a uma rádio francesa, o ministro das Finanças francês acredita que Carlos Ghosn não reúne as condições para se manter ao leme da Renault. O conselho de administração da marca francesa vai reunir esta terça-feira para decidir o futuro do “Le Cost Killer”.
  • Carlos Ghosn
20 Novembro 2018, 11h48

O ministro das Finanças francês, Bruno Le Maire, considera que Carlos Ghosn não tem condições para continuar a liderar o Grupo Renault depois de o (ainda) chairman e CEO da aliança Renault-Nissan-Mitsubishi ter sido detido pelas autoridades japonesas, esta segunda-feira, por fuga ao fisco e por ter usado ativos da Nissan em benefício pessoal, condutas que se terão prolongado por vários anos.

O conselho da administração da marca de automóveis francesa, na qual o Estado francês detém uma participação de 15%, vai reunir esta terça-feira para decidir o futuro de Carlos Ghosn. O “Finantial Times” noticia que os altos executivos da Renaut demonstraram apoio ao gestor franco-brasileiro e de ascendência libanesa.

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À Info Radio, uma estação de radio francesa, o ministro das finanças revelou que o fisco francês examinou as contas de Carlos Ghosn, mas não encontraram numa atividade suspeita. No entanto, Le Maire disse “Carlos Ghosn já não tem condições para liderar a Renault”.

“A Renault ficou enfraquecida e, por isso, é necessário agir rapidamente”, afirmou o ministro.

O ministro das finanças francês já comunicou acreditar nas competências de Thierry Bolloré, o atual CEO de facto da Renautl, sugerindo assim um substituto a Carlos Ghosn.

O Deutsche Bank, numa nota informativa aos seus clientes, afirmou que acredita na saída de Carlos Ghosn da liderança das três marcas, a Renault, a Nissan e a Mitsubishi.

A japonesa Nissan, concluiu esta segunda-feira, após uma investigação interna despoletada por um denúncia anónima, que o Carlos Ghosn teria praticado evasão fiscal e usado ativos da empresa em benefício pessoal. O jornal britânico revela ainda que, segundo as autoridades japonesas, entre 2010 e março de 2015, Carlos Ghosn terá sido renumerado em 88,7 milhões de dólares (cerca de 77,5 milhões de euros) e não terá declarado cerca de metade deste montante. No Japão, “Le Cost Killer”, como é conhecido o gestor da aliança automóvel, poderá enfrentar até dez anos de prisão, uma multa de 10 milhões de ienes (cerca de 77 mil de euros) ou ambas as penas.

A imprensa japonesa, citando fontes próximas da investigação, revelaram que Carlos Ghosn utilizou habitações da Nissan situadas em lugares distantes do negócio da empresa, como no Brasil, na Holanda, entre outros lugares.

Depois da detenção de Carlos Ghosn, que chegava ao aeroporto de Haneda, em Tóquio, a capital do Japão, num avião privado, a Nissan anunciou que está a ponderar afastar o gestor da empresa, tendo convocado uma reunião do conselho de administração para esta quinta-feira. A Mitsubishi também está a equacionar afastar Carlos Ghosn

 

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