Estados Unidos exigem a Israel manutenção do estatuto do Monte do Templo

Antony Blinken vai estar de visita a Israel no início da próxima semana e aparentemente irá deixar claro ao novo governo de Benjamin Netanyahu que não está interessado em ver uma escalada de tensão entre os dois lados da barricada.

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, vai exigir às autoridades israelitas que mantenham o estatuto do Monte do Templo durante a visita que fará ao país na segunda e terça-feiras da próxima semana, após uma breve paragem ao Egipto. O ‘conselho’ surge na sequência da presenta do ministro da Segurança, o extremista Itamar Ben-Gviv no local, considerada pela Palestina e pela comunidade internacional como uma provocação desnecessária.

De acordo com uma declaração do porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, Blinken “colocará em evidência a necessidade urgente de as partes tomarem medidas para diminuir as tensões”. É que, se no momento da visita não houve qualquer incidente a registar – ao contrário do que temia, entre muitos outros, o líder da oposição israelita, o ex-primeiro-ministro Yair Lapid – o certo que, desde então, os confrontos entre as duas partes subiram de tom, com vários palestinianos a serem mortos entretanto.

Price disse que Blinken deve reunir-se com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, o ministro dos Negócios Estrangeiros Eli Cohen e com outros altos responsáveis, bem como com o presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas.

Entretanto, as tropas israelitas entraram esta manhã na cidade de Jenin, no norte da Cisjordânia, alegadamente visando uma célula palestiniana da Jihad Islâmica que estaria a planear ataques a Israel. Nove palestinos foram mortos no ataque, e grupos terroristas na Faixa de Gaza ameaçaram com uma resposta à altura.

Do lado do governo foi distribuído um comunicado que esclarece que “Netanyahu deixou claro que Israel não pretende uma escalada da tensão, mas instruiu as forças de segurança a estarem preparadas para qualquer cenário nas várias arenas para garantir a segurança dos cidadãos israelitas”.

Mas o gabinete do primeiro-ministro diz que “não há cidades de refúgio para terroristas”. “Em todos os lugares em que a Autoridade Palestina não cumprir a sua autoridade, seremos forçados a entrar e impedir ataques terroristas”, continua o comunicado. O governo alega que as forças de defesa de Israel (IDF) foram alvejadas primeiro e fizeram todos os esforços para evitar atingir civis inocentes.

Grupos que vivem na Faixa de Gaza prometeram responder às mortes dos nove palestinianos (e aos 20 feridos) de forma radical. Citado pela imprensa israelita, Saleh al-Arouri, vice-líder do Hamas, prometeu que Israel “pagará o preço pelo massacre de Jenin. A nossa resistência não vai quebrar e a nossa resposta virá em breve”.

Um dos mortos foi identificado como membro das Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa, um grupo terrorista próximo da Fatah, que seria também membro dos serviços de segurança da Autoridade Palestiniana. O que pode querer dizer, dizem alguns analistas, que o momento de tensão pode estar a radicalizar elementos da Autoridade Palestiniana, considerada muito mais moderada que o Hamas – grupo que que, aliás, praticamente não tem relacionamento.

 

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