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Estados Unidos querem mexer na lei de separação das famílias

Secretária de Estado da Segurança Nacional está a preparar alterações às leis que permitem a separação entre pais e filhos de imigrantes que tentam entrar no país. Os pormenores não são ainda conhecidos. “Vou assinar algo brevemente [talvez ainda hoje]”, afirmou Trump aos jornalistas presentes na Casa Branca esta quarta-feira.
  • Reuters
20 Junho 2018, 17h22

A secretária da Segurança Nacional dos Estados Unidos, Kirstjen Nielsen, está a preparar uma proposta para apresentar ao presidente Donald Trump para acabar com a separação de famílias na fronteira do país, acaba de avançar a agência Associated Press.

A agência não avança quaisquer pormenores, mas é sabido que o presidente norte-americano tem dito que, por um lado, os casos de separação entre crianças e as suas respetivas famílias fica a dever-se às leis que foram criadas anteriormente à sua presença à frente da Casa Branca e que, por outro, o assunto “é muito fácil de resolver”.

Trump disse esta semana – ao refutar qualquer responsabilidade na matéria e recusando admitir que essa prática é uma imposição da sua administração – que as autoridades se limitam a aplicar a lei. E que, de qualquer modo, as crianças separadas são bem tratadas.

Quanto a esta última matéria, várias organizações internas aos Estados Unidos têm acumulado provas de que, no terreno, as coisas se passam de forma diversa, com atropelos aos princípios e aos direitos mais básicos. Uma congressista democrata disse mesmo que a questão da separação entre pais e filhos “não é um problema de imigração mas de humanidade”.

De qualquer modo, os jornais norte-americanos adiantam que a questão está levantar uma grande polémica interna, com a população a aceitar muito mal que o Estado federal maltrate crianças.

Será por isso que Donald Trump terá mostrado sinais de que poderá voltar atrás com a decisão inicial. “Vou assinar algo brevemente [talvez ainda hoje]”, afirmou aos jornalistas presentes na Casa Branca.

O presidente norte-americano disse também que vai “manter as famílias unidas”, mas que há a necessidade de “fortalecer as fronteiras”. “Temos que ser duros ou o nosso país será invadido por pessoas que não deveriam estar cá, pelo crime, por todas as coisa que não queremos”, concluiu Trump.

No local – argumento que a administração Trump já utilizou – as autoridades afirmam que os imigrantes ilegais tentam usar as crianças como forma de assegurarem a entrada no país, e que o uso da lei pretende exatamente obviar a essa circunstância.

Mas, sendo Trump muito adverso a deixar que a opinião pública interna tenha motivos de reserva para lhe apontar, a pressa com que a administração está aparentemente a preparar uma nova lei pode querer dizer que o presidente norte-americano está a interessado em ‘secar’ a fonte de problemas internos que se criou na fronteira com o México.

De qualquer modo, Trump também já disse que os imigrantes que tentam entrar ilegalmente nos Estados Unidos vão continuar a ser tratados como criminosos, como sucede à luz das atuais leis do país.

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