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Estão de volta os grandes projetos imobiliários

Mesmo o mercado sendo outro, o The Edge Group é um exemplo de que os grandes empreendimentos estão de volta ao país.
28 Outubro 2016, 13h44

Todos os dias surgem novos projetos nas cidades de Lisboa e do Porto, sobretudo de reabilitatação. Mas grandes empreendimentos ficaram guardados na gaveta durante a crise. Os tempos mudaram e o mercado é outro, surge agora a vontade de abrir a gaveta. O The Edge Group é um desses exemplos e que tem vindo a desenvolver os maiores empreendimentos depois da ‘crise’, seja em reabilitação quer em construção nova.

José Luís Pinto Basto, CEO do Grupo, revela que o atual mercado veio criar novas oportunidades. “A renovação urbana, que esteve praticamente congelada durante os últimos oito anos, começa finalmente a dar sinais de arranque. Alguns edifícios tornaram-se entretanto obsoletos e surgiu a necessidade de se criar uma nova oferta, mais moderna e competitiva, em especial no que diz respeito a escritórios, hotelaria e comércio. O nosso grupo antecipou esta necessidade e investiu na recuperação de alguns edifícios de escritórios, que rapidamente encontraram inquilinos e até compradores finais”, salienta.

São vários os projetos que estão neste momento a desenvolver, encontrando-se a finalizar a obra em dois edifícios de escritórios de dimensão relevante (10.000m2 cada), entretanto já arrendados a multinacionais e prometidos vender ao fundo inglês Rockspring. Além destes, vai arrancar com a obra nas Twin Towers ainda este ano. “E se tudo correr como esperamos, no próximo ano prevemos arrancar com as obras em Carnaxide e Matosinhos, dois projetos de grande dimensão que se encontram em fase final de licenciamento”.

Para explicar esta nova dinâmica do mercado, Pinto Basto salienta que os primeiros mercados a darem sinais positivos foram os edifícios arrendados em zonas prime (performing assets) e o residencial em zonas históricas, ambos impulsionados essencialmente por capital vindo do estrangeiro. Com a compressão de yields que se tem vindo a registar na Europa e uma vez restabelecida a confiança do equilíbrio das contas portuguesas, o CEO assegura que se tornou novamente atrativo para fundos estrangeiros comprarem ativos de rendimento em Portugal. “Por outro lado, o programa dos Vistos Gold, alguns incentivos fiscais e a redescoberta do nosso país pelo turismo internacional vieram dinamizar fortemente o mercado residencial, em especial no centro de Lisboa, Porto e Estoril/Cascais”.

Apesar da reabilitação ser o motor do imobiliário neste momento, a construção nova continua, como provam os projetos do Forte Center, em Carnaxide e o Norte Center em Matosinhos. Mas Pinto Basto explica que a reabilitação torna normalmente os projetos mais rápidos e mais fáceis de financiar, por apresentarem menos riscos. “Por outro lado, enquanto existirem oportunidades para reabilitar em boas localizações do centro das cidades, faz menos sentido avançar com construção nova”.

O novo impulso do mercado deve-se também ao facto de alguns bancos começarem lentamente a abrir a porta a financiamento imobiliário, seja no crédito à habitação, seja no financiamento aos promotores. Mas como estão escaldados por inúmeras operações que correram mal no passado, subiram muito o nível exigência dos projetos a financiar e passaram a exigir um envolvimento significativo de capitais próprios. “Na prática, o processo de avaliação de risco tornou-se muito mais racional”, conclui.

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