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Estudo aponta para os desafios logísticos de entregar vacinas para a Covid-19

Com enfoque expectável a partir do último trimestre deste ano, está previsto o arranque da entrega global de 10 mil milhões de doses de vacinas contra a Covid-19, o que requer cadeias de abastecimento mais alargadas.
7 Setembro 2020, 12h15

A DHL eleborou um estudo em que defende qual a forma correta de os setores público e privado se associarem para entregaram com sucesso as vacinas previstas para o combate à pandemia de Covid-19.

Segundo esta empresa multinacional de distribuição expresso, está prevista a entrega global de 10 mil milhões de doses de vacinas contra a Covid-19, o que requer cadeias de abastecimento mais alargadas.

O ‘white paper’ da DHL identifica desafios críticos na logística na Covid-19, sugerindo a criação de uma estrutura para enfrentar futuras emergências sanitárias para além da pandemia em curso.

“Com as primeiras autorizações para uso de emergência de vacinas para a Covid-19, que se prevê estarem em vigor no último trimestre de 2020, os fornecedores de logística são desafiados a estabelecer rapidamente cadeias de abastecimento de produtos médicos para a entrega de soros em quantidades incomparáveis de mais de dez mil milhões de doses em todo o mundo”, destaca um comunicado da DHL.

O mesmo documento assinala que “a DHL, que trabalha com a McKinsey & Company como parceira analítica, prepara-se para publicar um ‘white paper’ sobre o fornecimento de uma logística estável para as vacinas e produtos médicos durante a Covid-19 e para futuras crises sanitárias”.

“Atualmente, estão a ser desenvolvidas e testadas mais de 250 vacinas em sete plataformas. À medida que as vacinas da Covid-19 ultrapassam as fases de desenvolvimento, é provável que sejam impostos requisitos rigorosos de temperatura para certas vacinas (até -80ºC), para assegurar que a sua eficácia se mantém durante o transporte e armazenamento”, revela a DHL.

A empresa do Grupo Deutsche Post explica que “isto impõe novos desafios de logística para as cadeias de abastecimento de produtos médicos existentes que convencionalmente distribuem as vacinas a mais ou menos 2- 8ºC”.

“No ‘paper’, a DHL avalia como o transporte de vacinas, sendo um produto altamente sensível à temperatura, pode ser gerido de forma eficaz para combater a propagação do vírus. A dimensão desta tarefa é imensa: para fornecer cobertura global das vacinas para a Covid-19, serão necessárias mais ou menos 200 mil paletes e mais ou menos 15 milhões de envios em caixas de refrigeração, bem como mais ou memos 15 mil voos nos vários regimes de cadeias de abastecimento”, assume a DHL.

“A crise da Covid-19 surgiu com uma dimensão e impacto sem precedentes. Exigiu que os governos, negócios e a indústria da logística se adaptassem rapidamente a novos desafios. Como líder mundial em logística, queremos partilhar a nossa experiência de operar durante uma das maiores crises sanitárias na história recente, de forma a desenvolver estratégias para um mundo cada vez mais conectado”, explica Katja Bush, Chief Commercial Officer da DHL.

No entender desta responsável, “para proteger as vidas da pandemia, os governos adotaram um papel mais ativo nas cadeias de abastecimento de produtos médicos”.

“Ao longo dos últimos meses, temos demonstrado que um planeamento suficiente e parcerias apropriadas na cadeia de abastecimento podem desempenhar um papel fundamental, à medida que os governos trabalham para assegurar
produtos médicos essenciais durante emergências sanitárias como esta”, advoga Katja Bush.

Desta forma, a DHL considera que a gestão de futuras crises de saúde pública deve incluir parcerias público-privadas.

“Desde o início da pandemia, a procura por produtos médicos aumentou. Por exemplo, a UNICEF adquiriu cem vezes mais máscaras e duas mil vezes mais luvas médicas do que em 2019. Trazer produtos médicos de fontes distantes para o uso na linha da frente tem sido uma das atividades cruciais na gestão da resposta à pandemia, na primeira fase da emergência sanitária. Para os EPI [Equipamentos de Proteção Individual] especificamente, a logística de entrada foi um grande desafio devido à produção geograficamente concentrada, à capacidade limitada da frota aérea e à falta de controlo de qualidade à entrada. Para garantir o fornecimento estável de medicamentos
numa futura crise sanitária, deve ser estabelecida uma configuração abrangente de estratégias de crises de saúde pública e estruturas por parte dos governos, com parcerias com ambos os setores público e privado”, sublinha a DHL.

No entender dos responsáveis desta empresa, “para iniciar o diálogo entre os diferentes atores e melhorar a resiliência face à pandemia no que diz respeito à logística de produtos médicos, a DHL fornece uma estrutura para a cooperação de empresas de logística com as autoridades, políticos, ONG [Organizações Não Governamentais], bem como a indústria das ciências da vida”.

“A estrutura ajuda a estabelecer medidas para assegurar uma cadeia de abastecimento o mais estável e segura possível. Para além de um plano de resposta a emergências, isto inclui uma rede de parcerias, uma infraestrutura de logística física forte e transparência das cadeias de abastecimento viabilizada através das TI [Tecnlogias de Informação]. Por fim, deve ser criada uma unidade de resposta com um mandato claro para implementar todas estas atividades fundamentais num curto espaço de tempo”, sugerem os responsáveis da DHL.

A DHL disponibiliza uma rede de logística de saúde com mais de nove mil especialistas, para que as organizações farmacêuticas, de dispositivos médicos, testes clínicos e de investigação, grossistas e distribuidores, bem como hospitais e fornecedores de saúde estejam conectados com toda a cadeia de valor através da digitalização, desde os testes clínicos até ao tratamento, e em todos as etapas intermediárias.

O portefólio da DHL para a indústria da saúde inclui mais de 150 farmacêuticas, mais de 20 reservatórios de testes clínicos, mais de cem estações certificadas, mais de 160 armazéns certificados com GDP (certificação de Boas Práticas de Distribuição), mais de 15 locais certificados com GMP (certificação de Boas Práticas de Fabrico), mais de 135 locais médicos expresso, e uma rede expresso internacional que cobre 220 países e territórios.

A DHL afirma-se como líder global de mercado na indústria da logística, oferecendo serviços desde a entrega nacional ou internacional, soluções de transporte e atendimento ‘e-Commerce’, transporte expresso internacional, aéreo, marítimo e rodoviário, assim como o abastecimento industrial de cadeias de gestão (‘industrial supplychain management’).

Com cerca de 380 mil membros, e presente em mais de 220 países e territórios em todo o mundo, a DHL faz parte do Grupo Deutsche Post DHL e gerou receitas superiores a 63 mil milhões de euros em 2019.

O Grupo Deutsche Post DHL pretende reduzir todas as emissões relacionadas com logística a zero até 2050.

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