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Estudo conclui que 70% das empresas pretende adotar um sistema misto de trabalho após a pandemia

“Ainda que a maioria das empresas pretenda adotar regime de trabalho misto, 85% não paga ajudas de custo aos colaboradores em teletrabalho e somente 8% pensa vir a fazê-lo”, alerta um comunicado do Kaizen Institute.
  • Reuters
15 Dezembro 2020, 19h04

Um estudo realizado pelo Kaizen Institute concluiu que 70% das empresas nacionais pretendem adotar um sistema misto depois da pandemia.

De acordo com este barómetro, 68% dos responsáveis de recursos humanos inquiridos afirmaram que as suas empresas “pretendem adotar o trabalho remoto de forma estrutural, numa lógica de complementaridade em relação ao trabalho presencial” , enquanto 86% dos inquiridos ponderam manter dois ou mais dias de trabalho remoto por semana.

“Ainda que a maioria das empresas pretenda adotar regime de trabalho misto, 85% não paga ajudas de custo aos colaboradores em teletrabalho e somente 8% pensa vir a fazê-lo”, alerta um comunicado do Kaizen Institute.

Outra das conclusões deste estudo aponta para que 70% dos inquiridos consideram que a eficiência dos colaboradores em regime de teletrabalho será equivalente ou superior à registada num cenário pré-Covid, enquanto os restantes 30% acreditam que a eficiência será menor.

O ‘Barómetro RH’ do Kaizen Institute 2020/21 inquiriu cerca de 150 diretores de recursos humanos de grandes e médias empresas nacionais.

O mesmo documento acrescenta que “68% dos diretores de recursos humanos inquiridos para o ‘Barómetro RH’ 2020/21, realizado pelo Kaizen Institute, afirmaram que a sua empresa adotou ou vai adotar um modelo misto de trabalho, numa lógica de complementaridade entre teletrabalho e trabalho presencial”.

“Destas, 86% planeiam manter dois ou mais dias de trabalho remoto por semana. Ainda que a maioria das empresas pretenda adotar um regime misto, 85% não paga ajudas de custo aos colaboradores em teletrabalho e somente 8% está a pensar fazê-lo. Apenas 30% dos inquiridos afirmam que o teletrabalho deixará de ser opção assim que as condições sanitárias o permitam”, avança o referido comunicado.

Segundo os responsáveis do Kaizen Institue, “para esta realidade podem contribuir algumas dificuldades encontradas na implementação do modelo de teletrabalho”.

“Entre os dois maiores desafios, os inquiridos identificaram a falta de garantia de comunicação eficiente e clara (71%) e a dificuldade de adaptação dos ‘standards’ e protocolos de trabalho aos novos padrões como outra das questões mais complexas (47%)”, avança o mesmo documento.

De acordo com o Kaizen Institute, “o conhecimento das ferramentas digitais por parte dos colaboradores também influenciou a capacidade de adaptação das empresas: 44% dos inquiridos afirmam que o grau de alinhamento das competências digitais dos colaboradores é médio, pelo que têm já um plano de treino e recrutamento definido para acompanhar o barco da transformação digital”.

“Por outro lado, 38% dos inquiridos advogam que os seus colaboradores estão dotados das competências digitais necessárias”, defende o comunicado em apreço.

“Esta edição do ‘Barómetro RH 2020/21’ fica marcada por um contexto disruptivo, que forçou as organizações a ajustarem-se rapidamente. Houve uma mudança notória nas relações do trabalho, desde logo através da larga adoção do teletrabalho, que deverá integrar de forma estrutural o funcionamento das organizações. Este panorama implica que se repense grande parte dos processos. Externamente, prestando o melhor serviço através da rapidez na capacidade de resposta e garantindo a qualidade para assegurar a satisfação do cliente, internamente, com a simplificação e otimização dos processos para um grande e eficaz aumento de produtividade”, assume Tiago Mota Costa, ‘senior partner’ do Kaizen Institute Western Europe.

No entender deste responsável, “com o aumento da digitalização e do teletrabalho, a importância dos recursos humanos na transformação do tecido empresarial é fundamental”.

“As pessoas são o verdadeiro motor das organizações, o que está intimamente ligado ao sucesso de cada negócio. O desafio do Kaizen é a concretização dos objetivos disruptivos, mobilizando a transformação diária e sustentada, com todas as pessoas, em todas as áreas, para chegar a níveis de desempenho económico e financeiro de excelência, garantindo a sustentabilidade futura das organizações”, assevera Tiago Mota Costa.

Os responsáveis do Kaizen Institute consideram que, neste domínio, existem diferentes prioridades: mais foco no longo prazo e na segurança.

“O ‘Barómetro RH 2020/21’ revela ainda que as prioridades das empresas no que toca aos recursos humanos se alteraram. Entre os dois aspetos a que as companhias dão agora primazia estão a preparação do colaborador para diferentes cenários no médio e longo prazo (44%), e a melhoria das condições de segurança, higiene e saúde no trabalho (39%). Antes da pandemia, as duas prioridades de topo no que respeita os recursos humanos eram a retenção de talento (53%) e a contratação de novos profissionais (45%)”, esclarece o comunicado em questão.

O estudo conclui ainda que, apesar do contexto, 55% dos diretores afirmam que a motivação dos trabalhadores se manteve estável nos últimos seis meses, e 24% revelam um aumento do nível de motivação dos seus colaboradores.

Relativamente à produtividade, 68% comunicam que, no mesmo período, este indicador se manteve estável, e 22% referem que esta até aumentou.

“Quanto à expectativa da eficiência das equipas em teletrabalho no primeiro semestre de 2021, 31% acreditam que se verificará uma maior eficiência; 39% consideram que os valores serão equivalentes aos do trabalho presencial; e 30% dos inquiridos acreditam que a eficiência será menor”, enquanto a relativamente ao processo de recrutamento, uma das principais mudanças está ligada à digitalização.

“A maior parte das empresas (53%) já tinha uma componente digital nos seus processos, sendo que nestas empresas a grande maioria do processo de recrutamento é agora feito ‘online’. Somente 19% mantiveram os seus processos de recrutamento inalterados”, avança o co municado em apreço.

O ‘Barómetro Kaizen RH 2020/2021’ concluiu também que, “apesar da atual crise e do impacto negativo que se sente de forma transversal nos mercados, 69% das empresas esperam aumentar a sua massa salarial no primeiro trimestre de 2021”.

“Destas, 34% antecipam aumentos de até 2%; 29% estimam um aumento entre 2% e 5%, e 6% preveem um aumento superior a 5%”, revela o mesmo comunicado.

O ‘Barómetro RH 2020/21’ inquiriu cerca de 150 diretores de recursos humanos de grandes e médias empresas nacionais, “com o objetivo de avaliar a resposta das organizações à situação pandémica, as principais tendências e desafios atualmente verificados na gestão das pessoas, bem como o grau de motivação e produtividade dos colaboradores”.

O Kaizen Institute Consulting Group é uma empresa multinacional que fornece serviços de consultoria e formação ao tecido empresarial e instituições públicas em mais de 35 países.

A empresa atua em diferentes setores de atividade, suportando as organizações e desafiando os líderes a melhorarem a sua rentabilidade e a fazerem crescer o seu volume de negócios.

Fundado em 1985, na Suíça, está em Portugal, com escritórios no Porto e em Lisboa, desde 1999.

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