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EUA avisam que invasão russa da Ucrânia causaria mais de 50 mil baixas e cinco milhões de refugiados (com áudio)

Neste cenário, uma invasão russa tomaria a capital ucraniana, Kiev, em dois dias. Os refugiados resultantes desta guerra procurariam abrigo, sobretudo, nos países vizinhos, a maioria dos quais na Polónia.
6 Fevereiro 2022, 20h35

Uma potencial invasão total da Ucrânia por tropas russas causaria mais de 50.000 baixas e quase cinco milhões de refugiados, segundo uma avaliação do Pentágono e dos serviços secretos dos Estados Unidos da América, noticiada este domingo, 6 de fevereiro, pelo jornal “The Washington Post”.

Neste cenário, uma invasão russa tomaria a capital ucraniana, Kiev, em dois dias, e resultaria em 50 mil baixas, incluindo mortos e feridos. Resultaria, também, numa crise de cinco milhões de refugiados a procurarem abrigo sobretudo nos países vizinhos, a maioria dos quais na Polónia.

O jornal noticiou que este cenário foi explicado em reuniões, que ocorreram na semana passada em Washington, com legisladores, altos responsáveis militares e dos serviços secretos.

A divulgação destes relatórios coincide com um momento em que aumenta a concentração das tropas russas na fronteira ucraniana e na vizinha Bielorrússia.

O documento especifica que existem 83 batalhões russos, com aproximadamente 750 militares cada – totalizando mais de 62 mil operacionais –, preparados para um possível ataque, mais pessoal de apoio logístico, médico e aéreo.

Na semana passada, o Pentágono advertiu publicamente que Moscovo poderia inventar um pretexto para atacar a Ucrânia.

O porta-voz do Departamento de Defesa, John Kirby, disse numa conferência de imprensa, que a Rússia “poderia produzir um vídeo de propaganda gráfica, com cadáveres e atores, fingindo ser vítimas, com imagens de áreas destruídas, assim como equipamento militar em mãos ucranianas ou ocidentais”.

As armas, acrescentou, poderão ser retratadas de tal forma que parecem ter sido fornecidas pelo Ocidente à Ucrânia.

As tensões na região aumentaram no último mês, com a mobilização de mais de 100 mil militares russos na fronteira ucraniana, o que levou a intensos encontros diplomáticos e aos EUA e à Rússia a envolverem-se numa batalha de comunicação.

Moscovo repetiu em várias ocasiões que não quer uma guerra com Kiev e que não ameaça a Ucrânia, enquanto Washington tem vindo a alertar há dias para um ataque iminente.

Em 2014, a Rússia anexou a Crimeia, península de maioria russa, que tem um elevado valor estratégico, porque lhe permite chegar ao Mediterrâneo. Desde esta altura, mantém-se também ativo um conflito na região ucraniana do Dombas (Donetsk e Luhansk), entre milícias pró-russas e o exército ucraniano.

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