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EUA: Crescimento forte em 2021 esconde vulnerabilidades em áreas chave

Apesar do ritmo de crescimento em 2021, quando a economia norte-americana avançou 5,7%, não encontrar paralelo desde 1984, uma análise mais detalhada às componentes do PIB revela algumas fraquezas, nomeadamente ao nível do consumo interno, que deixam antever um primeiro trimestre de 2022 de crescimento anémico ou até mesmo nulo.
  • Nova Iorque, Estados Unidos da América
27 Janeiro 2022, 18h00

O crescimento norte-americano em 2021 surpreendeu pela positiva, em particular os 6,9% registados no último trimestre do ano, mas uma análise mais detalhada encontra alguns pontos de preocupação para os responsáveis daquele país, sublinham os analistas. Em particular, o investimento alavancou significativamente este indicador, algo que não se deverá arrastar para o início deste ano.

Os valores reportados esta quinta-feira para a maior economia do mundo mostram um crescimento anual de 5,7% em 2021, um valor não registado desde 1984 e que surpreendeu os mercados. No entanto, olhando para as várias componentes do indicador, constata-se que há algumas fontes de incerteza e possível abrandamento no futuro próximo.

O principal destaque vai para os inventários no retalho, que influenciaram fortemente os números conhecidos esta quinta-feira, enquanto outras rubricas com maior peso, como o consumo interno, ficaram ligeiramente aquém do esperado. Este último cresceu 3,4%, o que supera os 2% registados no trimestre anterior, mas fica abaixo das estimativas dos analistas do Banco ING.

“Depois de crescimentos em cadeia de 0,7% em outubro e 0% em novembro, isto implica que o crescimento real (ajustado à inflação) do consumo das famílias caiu, em cadeia, 1,1% em dezembro, refletindo a cautela dos consumidores com a Covid”, refere a análise do banco neerlandês, que considera os números “relativamente fracos, tirando os inventários”.

Assim, o departamento de análise financeira e económica do ING alinha-se com a Pantheon Macro na previsão de um prolongamento das dificuldades nas vendas a retalho de dezembro para o primeiro trimestre, projetando uns primeiros três meses com crescimento anémico ou mesmo nulo na maior economia do mundo.

Mesmo considerando os sinais animadores dados pela indústria automóvel, onde a produção também tem vindo a crescer nos últimos dois meses, “qualquer melhoria nesta vertente será, provavelmente, compensada por uma contribuição mais fraca dos inventários”, refere a Pantheon, justificando a sua previsão de 0% de crescimento no primeiro trimestre deste ano.

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