EUA: Deportação maciça vai provocar crise económica
O Centro de Estudos de Migração de Nova Iorque (CMS) publicou uma análise demográfica em que revela o impacto que as deportações de imigrantes ilegais vai ter na economia de muitas famílias norte-americanas. Os dados apontam também o efeito das deportações no mercado imobiliário e PIB dos EUA.
A investigação vem no seguimento da promessa de campanha do atual presidente dos EUA de deportar os 11 milhões de residentes sem documentos. Apesar de, após a eleição, Donald Trump ter reduzido o número para dois ou três milhões de residentes sem visto, estabeleceu na semana passada como prioridade da sua administração a questão da imigração, estando assim em aberto o que vai efetivamente ocorrer.
O relatório avança que, em 2014, existiam três milhões de agregados familiares mistos nos EUA (casas com cidadãos legais e ilegais), sendo na maioria dos casos as figuras paterna e materna os alvos da falta de documentação em cada habitação, verificando-se uma média de 5,7 milhões de crianças nascidas nos EUA com pais ilegais em risco.
As estatísticas refletem também evidências que sustentam que, três quartos de um milhão de residentes ilegais são trabalhadores por conta própria, muitos deles empregadores de cidadãos norte-americanos.
Num total de 1,3 milhões, 13% tem um diploma universitário e 63% do total dos imigrantes ilegais paga uma renda igual ou acima do nível de pobreza.
A conclusão do estudo é que, caso o programa de deportação maciça de Trump se concretize, “o status social e económico de milhões de cidadãos dos EUA será comprometido”, já que, por habitação, se prevê uma redução de cerca de 50% dos rendimentos do agregado.
Outro dado relevante e curioso no relatório aponta para os custos de criar as crianças nascidas de pais deportados mas com nacionalidade norte-americana. “Se apenas um terço das crianças nascidas nos Estados Unidos permanecerem no país depois dos pais serem deportados”, a carga financeira total de as criar, e que recai sobre o governo norte-americano, “rondaria os 118 mil milhões de dólares”, segundo o relatório da CMS.
A deportação em massa afeta ainda o mercado imobiliário na questão da falta de pagamento de hipotecas que são detidas por famílias com imigrantes.
Além disso, de acordo com um estudo divulgado pelo CMS, “o PIB da nação seria reduzido em cerca de 4,7 triliões de dólares em 10 anos.
