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EUA: Mulheres teriam de trabalhar mais 42 dias para receber o mesmo que um homem em 2020

Apesar da evolução no final do século passado e do aumento das mulheres em cargos de liderança, a disparidade nos salários dos trabalhadores masculinos e femininos tem estagnado nos últimos 15 anos.
27 Maio 2021, 07h50

A disparidade salarial entre homens e mulheres nos EUA manteve-se relativamente estável em 2020, aponta um estudo do Pew Research Center, que calcula que o salário de uma trabalhadora seja correspondente a 84% do que recebe um seu homólogo masculino. Isto significa que uma mulher teria de trabalhar mais 42 dias para receber o mesmo salário anual que um homem nas mesmas funções.

Esta diferença tem-se mantido relativamente inalterada nos últimos 15 anos, detalha o estudo, depois da evolução positiva desde os anos 80, quando este indicador apontava para um salário das trabalhadoras femininas correspondente a 64% do que recebiam os seus colegas homens.

Apesar da falta de progresso nos últimos anos, há alguns dados animadores. Em particular, o estudo destaca a faixa etária das trabalhadoras entre os 25 e os 34 anos, onde cada mulher recebe menos 7 cêntimos por cada dólar pago a um homem, um resultado significativamente menos gravoso do que acontece tomando a população como um todo.

O Pew Research Center avança com vários motivos para explicar este fenómeno. Em primeiro lugar, a prevalência feminina entre cargos de topo continua a ser baixa, apesar de ter crescido nos últimos anos. Assim, as mulheres ocupam tradicionalmente lugares mais longe da chefia das empresas, o que se traduz também num salário mais baixo.

Outro fator que o estudo reconhece ser mais difícil de medir prende-se com discriminação de género no local de trabalho. Reportando-se a um trabalho de 2017, o think-tank norte-americano relembra que quase quatro em cada 10 mulheres admitiram ter sofrido alguma forma de discriminação baseada no seu género no local de trabalho. O inquérito consistiu em oito dimensões deste tipo de discriminação e, para cada uma, a percentagem de mulheres a reportar eventos desta natureza superou a de homens.

Também a maternidade acaba por ter um impacto na carreira das trabalhadoras, com o relatório a relembrar outro estudo passado, de 2016, sobre o assunto. Este concluiu que 25% das mulheres acreditava que a pausa decorrente da licença de maternidade teve um efeito negativo no seu emprego, por oposição a apenas 13% dos homens.

Simultaneamente, o fardo da vida pessoal e familiar continua a recair desproporcionalmente sobre as mulheres, o que faz com que a sua carreira seja mais afetada pelo equilíbrio entre as responsabilidades profissionais e parentais do que os seus colegas masculinos. Suportando esta ideia estão os dados do Departamento de Estatísticas do Trabalho, sendo que um estudo de 2019 do Instituto Pew aponta também para 27% das mulheres inquiridas a indicarem que a sua entidade patronal havia desvalorizado o seu empenho no trabalho.

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