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EUA: Donald Trump ‘vence’ primárias no Wyoming

Liz Cheney, uma das maiores adversárias do ex-presidente no interior do Partido Republicano, perdeu as primárias do partido para uma ‘mulher de mão’ de Trump, Harriet Hageman.
17 Agosto 2022, 16h10

Liz Cheney, uma das maiores críticas internas do ex-presidente republicano Donald Trump, perdeu as primárias do partido que a levariam a disputar o lugar de deputada no Wyoming nas eleições de meio de mandato de novembro, mas promete fazer “o que for preciso” para impedir que Trump se torne novamente presidente dos Estados Unidos.

Liz Cheney perdeu a indicação do seu partido para o Congresso dos Estados Unidos para uma candidata apoiada por Trump, Harriet Hageman – o que revela mais um sinal de rutura dos republicanos com o conservadorismo tradicional.

Anteriormente considerada uma integrante da ‘realeza’ republicana – dado que é filha do ex-vice-presidente Dick Cheney – a deputada do Wyoming tornou-se uma pária no partido, principalmente devido ao seu papel no painel do Congresso que investiga o ataque de 6 de janeiro de 2021 ao Capitólio e o papel que que teve o na altura ainda presidente Donald Trump.

Aso 56 anos, Cheney perdeu para a advogada Harriet Hageman, que insistiu na falsa alegação de Trump de que as eleições de 2020 foram “manipuladas”. Cheney descreveu publicamente a sua derrota como o início de um novo capítulo em carreira política. “Eu disse desde 6 de janeiro de 2021 que farei o que for preciso para garantir que Donald Trump nunca mais entre na Sala Oval, e estou a falar a sério”, disse.

Cheney usou a sua campanha – e sua posição na comissão do 6 de janeiro – para manter a atenção nas ações de Trump em torno do motim do Capitólio e nas suas mentiras contínuas sobre fraude eleitoral, numa tentativa de persuadir os republicanos de que o ex-presidente é

Wyoming é fortemente conservador e republicano e deu apoio a Trump nas eleições presidenciais de 2020, e acaba por ser um indicador precioso em termos do que pode ser o ‘assalto’ final do ex-presidente ao seu próprio partido.

A derrota de Liz Cheney fez surgir, por outro lado, a possibilidade de a deputada considerar a hipótese de montar uma campanha presidencial para as primárias republicanas de 2024 – onde possivelmente confrontaria Donald Trump.

“O que é notável é que, diante de uma derrota quase certa, Cheney nunca vacilou”, disse Sarah Longwell, diretora executiva do Republican Accountability Project, citada pela Reuters. “Estamos a assistir ao aparecimento de uma figura nacional”, vaticinou.

Cheney é a último dos dez republicanos da Câmara dos Representantes (a câmara baixa) que apoiaram o segundo impeachment de Trump. Quatro deles decidiram reformar-se em vez de tentarem a reeleição, três perderam para apoiantes de Trump e apenas dois – David Valadao, da Califórnia, e Dan Newhouse, do estado de Washington – foram escolhidos como candidatos para as eleições de novembro. Desconhecido é ainda o destino da senadora Lisa Murkowski , do Alasca, que também votou a favor do impeachment e enfrenta na próxima terça-feira um candidato apoiado por Trump.

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