As atas da reunião de política monetária da Reserva Federal em maio apontam para uma autoridade monetária preparada para subir as taxas de juro diretoras a um ritmo mais elevado do que antecipava até agora o mercado, de forma a combater a inflação em níveis não vistos há mais de 40 anos.
O banco central norte-americano mostra-se preparado para subidas consecutivas de 50 pontos base (p.b.) nas próximas reuniões, pedindo que o organismo aja “expeditamente” no sentido de uma posição tendencialmente neutra da política monetária. Ainda assim, e dado o impacto do aumento generalizado de preços no crescimento, esta postura poderá mesmo de se tornar “restritiva”, como descreve o Comité Federal de Mercado Aberto (FOMC).
Esta possibilidade, continua o documento conhecido esta quarta-feira, estará dependente da evolução da economia nos próximos meses.
“A maior parte dos participantes [na reunião de política monetária] consideraram que aumentos de 50 p.b. na taxa diretora provavelmente serão adequados nas próximas reuniões”, revela a ata, com os membros do FOMC a destacarem a invasão da Ucrânia e os confinamentos relacionados com a Covid na China como “riscos acrescidos para os EUA e as restantes economias globais”.
O mercado prepara-se para mais uma subida na próxima reunião, que se realiza no início de junho, e a média das previsões em Wall Street aponta para uma taxa de 2,5% a 2,75% no final deste ano. Depois da decisão de maio, a taxa de referência nos EUA está entre 0,75% e 1%.
O Comité mantém-se “fortemente comprometido e determinado a tomar as medidas necessárias para recuperar a estabilidade de preços”, com a inflação a pesar claramente na ação da Fed, algo espelhado no discurso de Jerome Powell, o presidente do banco central, após a reunião de maio. As minutas confirmam ainda que o FOMC reviu em ligeira alta a sua expectativa para o índice de preços de despesas de consumo pessoal (PCE) em 2022 para 4,5%.
O documento mostra ainda apoio total do Comité ao ritmo anunciado de redução do balanço da Fed, que está em valores recorde de 9 biliões de dólares (8,43 biliões de euros).
Recorde-se que a reunião em questão, realizada a 3 e 4 de maio, resultou numa subida das taxas de juro diretoras na maior economia do mundo em 50 p.b., a maior subida em 22 anos numa altura em que a inflação se mantém próxima dos máximos registados desde 1981 registados em março, quando o indicador chegou aos 8,5%. Em abril, este valor desceu ligeiramente para 8,3%.
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