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EUA: Grandes empresas suspendem doações a congressistas que se opuseram à certificação dos votos do Colégio Eleitoral

Depois de se oporem à certificação dos resultados do Colégio Eleitoral, que confirmaram Joe Biden como o novo presidente dos EUA, os congressistas republicanos mais próximos de Trump sofrem agora a represália de alguns dos seus maiores doadores. Outras empresas decidiram suspender as doações a qualquer um dos partidos.
12 Janeiro 2021, 18h34

Os congressistas republicanos envolvidos na contestação aos resultados da eleição presidencial norte-americana estão a enfrentar um rol de cancelamentos de doações às suas campanhas por parte das maiores corporações do país, depois da invasão ao Capitólio do dia 6 de janeiro por parte de apoiantes pró-Trump que resultou na morte de cinco pessoas, incluindo um agente da polícia daquele monumento.

A lista de empresas que suspenderá as suas doações aos 147 legisladores republicanos que se opuseram aos resultados do Colégio Eleitoral, onde foi dado seguimento à vontade popular e atribuídos 306 votos ao presidente eleito Joe Biden, tem vindo a aumentar nos últimos dias.

Empresas como a American Express, AT&T, Comcast, Commerce Bank, Dow, Marriott, MasterCard ou Verizon deixarão de doar a estes republicanos, de acordo com comunicados divulgados pelas mesmas, sendo que a AT&T e a Comcast são dos principais doadores na cena política norte-americana, conforme indica a Reuters.

Outras corporações preferiram suspender todas as contribuições para os famosos PACs da política americana, em português, os comités de ação política. Estes são responsáveis pela angariação de fundos para campanhas políticas nos EUA.

Os gigantes tecnológicos Facebook, Google ou Microsoft incluem-se nesta lista, onde figuram ainda a 3M, Deloitte, Citigroup, Visa, Ford, Coca-Cola, American Airlines, BP e Goldman Sachs. Estas empresas não irão efetuar quaisquer donativos políticos nos próximos tempos. Outros grandes grupos como a ExxonMobil e o Walmart dizem estar a rever a sua política de doações, de acordo com a CNN, não se tendo comprometido com qualquer ação concreta.

Estas retiradas de apoio resultam do cerco e invasão ao Capitólio por parte de apoiantes do presidente cessante que queriam ver suspenso o processo de certificação dos resultados do Colégio Eleitoral que decorria nas sessões de ambas as câmaras do Congresso. Minutos antes, Trump havia declarado em discurso a estes mesmos protestantes que nunca concederia a derrota, exortando-os a lutar pela América.

Na sua primeira aparição pública desde o incidente, Trump reiterou que não teve qualquer responsabilidade pelo sucedido, condenando a violência que se registou, mas comparando-a às demonstrações e protestos contra a violência racial que se verificaram por todo o país durante o verão de 2020.

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