O PIB norte-americano recuou 1,4% em termos anualizados no primeiro trimestre do ano, colocando um travão na recuperação económica que se vinha sentido nos meses anteriores após o choque profundo e negativo que constituiu a pandemia.
Este resultado fica bastante abaixo das perspetivas do mercado, que esperavam já um abrandamento significativo no primeiro trimestre, mas projetando um crescimento positivo. O levantamento do portal TradingEconomics apontava para uma expectativa de 1,1%, isto depois de 6,9% de crescimento no trimestre anterior.
A maior economia do mundo arrancou o ano com condicionamentos à atividade causados pela onda de infeções da então nova variante Ómicron, o que deprimiu vários sectores que vinham recuperando dos meses mais penalizadores da pandemia.
Ao mesmo tempo, a inflação acelerou no final do ano passado, com o primeiro trimestre a registar uma forte pressão nos preços, e o conflito na Ucrânia agravou severamente as disrupções nos mercados e cadeias logísticas internacionais, contribuindo para uma queda mais acentuada da atividade.
O consumo privado até deu um impulso aos dados revelados esta quinta-feira, com a subida de preços a contribuir para o aumento de 2,7% nesta componente do PIB. Em sentido inverso, o investimento privado caiu significativamente, o saldo negativo da balança comercial teve um peso assinalável no indicador e os gastos públicos com defesa, que recuaram 8,5%, traduziram-se em menos 0,3 pontos percentuais (p.p.) no resultado final.
Este resultado será certamente avaliado pela Reserva Federal, que se reúne na próxima semana numa altura em que a elevada inflação preocupava já os mercados, bem como a possibilidade de uma recessão. A expectativa era de subidas de 0,5 p.p. nas taxas de juro diretoras já em maio