Sem surpresas, a Reserva Federal norte-americana subiu esta quarta-feira as taxas de juro diretoras em 75 pontos base (p.b.), com a inflação a continuar a pressionar o banco central dado o seu mandato de estabilidade de preços.
Esta é a segunda subida consecutiva na ordem dos 75 p.b., o que coloca a taxa de referência entre 2,25% e 2,50%. É também o quarto aumento desde o início do ano, dada a subida generalizada de preços na maior economia do mundo.
O comunicado que informa da decisão refere o abrandamento de alguns indicadores recentes quanto ao consumo das famílias e à produção, mas sublinha que “a criação de emprego nos últimos meses tem sido robusta e o desemprego mantém-se baixo”.
A decisão de julho reuniu o consenso e unanimidade dos responsáveis de política monetária norte-americana, ao contrário da anterior reunião, em que a presidente da Fed de Kansas City, Esther George, havia votado por uma subida de apenas 50 p.b..
Nova leitura da inflação em alta em junho, quando o indicador superou os 8,6% do mês anterior e os 8,8% de projeção, chegando aos 9,1%, fez soar os alarmes quanto a uma possível subida mais expressiva, mas essa possibilidade vinha perdendo força nos últimos dias. A decisão surpreendente da homóloga canadiana da Fed de subir os juros em 100 p.b. também suportou esta hipótese, dada a necessidade de conter a subida de preços na economia americana.
No entanto, os membros mais hawkish do Comité Federal de Mercado Aberto (FMOC) foram demonstrando pouco apoio a uma decisão desta natureza, tornando-a ainda mais improvável. Assim, os 75 p.b. afiguravam-se como o caminho mais esperado, com a Fed a projetar que continuem as subidas nas próximas reuniões de política monetária.
Também a redução do balanço do banco mantém-se no curso anteriormente previsto e divulgado em maio, lê-se no comunicado desta quarta-feira.
[notícia atualizada às 19h09]
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