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EUA retiram licença de analgésicos a farmacêutica por vendas suspeitas

A agência antidrogas dos EUA (DEA) retirou hoje a uma grande distribuidora de medicamentos a licença para vender analgésicos viciantes, alegando falhas em sinalizar milhares de vendas suspeitas no auge da crise de opioides.
26 Maio 2023, 17h49

A ação contra a farmacêutica Morris & Dickson Co. – que ameaça colocá-la fora do mercado – ocorre dois dias depois de uma investigação da agência Associated Press ter revelado que a DEA permitiu que a empresa continuasse a enviar medicamentos durante quase quatro anos, após um juiz ter recomendado a pena mais severa pelo “desrespeito arrogante” de regras destinadas a prevenir o abuso de opioides.

A DEA reconheceu que o tempo que levou para emitir a sua decisão final foi “mais longo do que o normal para a agência”, mas culpou em parte a Morris & Dickson por atrasar o processo alegando problemas devido à pandemia de covid-19.

A direitora da DEA, Anne Milgram, explicou que a Morris & Dickson falhou em aceitar total responsabilidade pelas suas ações passadas, que incluíram o envio de 12.000 encomendas de grande dimensão de opioides para farmácias e hospitais, entre 2014 e 2018.

Milgram citou o testemunho do então Presidente da empresa, Paul Dickson Sr., em 2019, segundo o qual o programa de conformidade da empresa era “muito bom”, pelo que não considerava que alguém tivesse sido lesado pelas drogas.

A Morris & Dickson, com sede em Shreveport, no estado de Louisiana, foi fundada em 1840, e desde então tornou-se o quarto maior distribuidor grossista de medicamentos nos Estados Unidos, com receitas superiores a quatro mil milhões de euros por ano e quase 600 funcionários, que servem farmácias e hospitais em 29 estados.

Os concorrentes diretos da Morris & Dickson – um trio de distribuidores farmacêuticos conhecidos como os Três Grandes – já concordaram em pagar ao Governo federal mais de mil milhões de euros em multas e penalizações para resolver violações semelhantes.

Embora a Morris & Dickson não tenha sido a única distribuidora de medicamentos acusada pela DEA de alimentar a crise dos opioides, foi a única que quis contestar as acusações em tribunal.

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