[weglot_switcher]

EUA: Sem surpresas, Fed aponta para subida das taxas de juro em março (com áudio)

A autoridade monetária norte-americana avançará já em março para a subida das taxas de juro, algo que não se verifica há três anos na maior economia do mundo, numa altura em que a inflação está em máximos de 1982.
26 Janeiro 2022, 19h03

A Reserva Federal norte-americana apontou esta quarta-feira para subidas das taxas de juro em breve, como previam muitos analistas, algo que deverá ocorrer já em março. Pressionado pela inflação, o organismo presidido por Jerome Powell avança assim para uma decisão que não era vista há três anos.

“Com a inflação bem acima de 2% e um mercado laboral forte, o Comité espera em breve considerar apropriado aumentar o intervalo-alvo para a taxa de juro federal”, pode-se ler no comunicado divulgado esta quarta-feira, que reforça ainda que o programa de compra de ativos deverá acabar em março. A Fed não tem reunião de política monetária em fevereiro.

Esta decisão era já bastante antecipada pelos mercados, dada a inflação elevada no país e os recentes sinais dados pelo presidente e outros membros do Comité da Fed. O consenso entre os analistas aponta para mais três subidas das taxas de juro além da anunciada esta terça-feira.

Ainda assim, o comunicado não faz qualquer referência a quando começará a ser reduzido o balanço do banco central norte-americano, algo admitido por Powell em discursos recentes e reforçado agora, numa altura em que este chega quase aos 9 biliões de dólares (7,98 biliões de euros).

A Fed havia vindo a sinalizar que a subida das taxas de juro diretoras nos EUA estaria para breve, face à pressão causada pela inflação na maior economia do mundo. A leitura mais recente da variação de preços, de dezembro, aponta para uma taxa de inflação de 7%, um máximo não registado desde 1982.

Esta evolução colocou a autoridade monetária norte-americana sob pressão, após vários meses a classificar o fenómeno como largamente transitório e causado pela magnitude da recuperação económica despoletada pela reabertura da atividade no país. Ainda assim, Jerome Powell, presidente do organismo, havia já reconhecido em novembro que a pressão nos preços deveria prolongar-se durante mais tempo do que inicialmente previsto, dada a persistência das perturbações nas cadeias logísticas globais.

[notícia atualizada às 19h17]

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.