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Eurodeputada do PSD diz-se “envergonhada com o deputado Rui Rio”

Cláudia Monteiro de Aguiar qualifica de “deplorável” a entrevista em que o presidente do PSD disse a Ricardo Araújo Pereira que a comunicação social tem de “acolher esses vírus contra mim”, referindo-se aos críticos internos.
27 Abril 2020, 09h52

A eurodeputada social-democrata Cláudia Monteiro de Aguiar recorreu ao Twitter para reagir à intervenção do presidente do PSD no programa “Isto é Gozar com quem Trabalha”, em que este foi entrevistado por Ricardo Araújo Pereira e se referiu aos militantes que criticam a sua liderança como “vírus”. “Senti-me envergonhada com o deputado Rui Rio”, escreveu nesta segunda-feira a eleita para o Parlamento Europeu.

“Já assisti a vários líderes com o Araújo Pereira. Já sorri e soltei gargalhadas com piadas muito bem conseguidas. Este último episódio foi deplorável”, afirma Cláudia Monteiro de Aguiar, que está a cumprir o segundo mandato no Parlamento Europeu, estando entre os seis eleitos nas listas do PSD integrados na bancada do Partido Popular Europeu. Antes disso representou o círculo da Madeira na Assembleia da República.

No programa “Isto é Gozar com quem Trabalha”, transmitido na noite de domingo pela SIC, quando Ricardo Araújo Pereira perguntou se pode garantir que “não vão aparecer novas e mais mortíferas estirpes” depois do êxito contra o “vírus do passismo”, Rui Rio respondeu que “tem achatado a curva”, permitindo que “a comunicação social que tem de acolher esses vírus contra mim possa ter capacidade de resposta”. “Aqueles que estão piores, necessitados de tratamento mais pesado, estão todos internados no Observador. Depois há outros que estão internados por outro lado. Na SIC também há uns ventiladores…”, acrescentou, numa referência velada a Marques Mendes.

Pouco antes, Rio disse que “os vírus no PSD estão em permanente mutação” e que “já sofreram umas 20 mutações” desde que assumiu a presidência do partido.  A conversa começara com Ricardo Araújo Pereira a perguntar ao líder social-democrata se “foi o primeiro trabalhador português a autocolocar-se em lay-off” por não fazer oposição ao Governo, ao que Rio recomendou o visionamento da Telescola a quem “interpretou” na carta que escreveu aos militantes sociais-democratas uma acusação de falta de ética e de patriotismo a quem faz críticas ao Governo.

O líder do maior partido da oposição disse ainda, conseguindo fazer sorrir o humorista, que “António Costa não levanta o esplendor de Portugal”.

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