Eurogrupo decidiu só negociar com Atenas se houver extensão do programa, recorda ministra

A ministra das Finanças disse hoje, em Berlim, desconhecer se há “material” que justifique nova reunião esta semana sobre a Grécia, mas lembrou que o Eurogrupo decidiu prosseguir discussões apenas se Atenas solicitar uma extensão do programa. No final de uma conferência sobre a crise na UE e em Portugal, na qual participou ao lado […]

A ministra das Finanças disse hoje, em Berlim, desconhecer se há “material” que justifique nova reunião esta semana sobre a Grécia, mas lembrou que o Eurogrupo decidiu prosseguir discussões apenas se Atenas solicitar uma extensão do programa.

No final de uma conferência sobre a crise na UE e em Portugal, na qual participou ao lado do ministro alemão Wolfgang Schäuble, Maria Luís Albuquerque, questionada sobre se o passo que o novo governo grego estará prestes a dar – solicitar uma extensão dos empréstimos, ainda que não do programa de assistência – será suficiente, e se Portugal apoiará tal pedido, disse desconhecer qualquer proposta de Atenas, mas lembrou a decisão tomada na passada quarta-feira por todos os outros 18 países da zona euro e três instituições da ‘troika’.

“Eu não sei que passo é que a Grécia está a dar, porque a informação que tenho é da comunicação social, e não acho muito razoável fazer juízo sobre aquilo que está nos jornais. Esperaremos para ver o que é e depois veremos”, disse, apontando que uma nova reunião do Eurogrupo na sexta-feira “depende se há ou não material suficiente para justificar uma nova discussão”.

Maria Luís Albuquerque lembrou todavia que “a posição que foi manifestada no Eurogrupo de quarta-feira” da semana passada: “foi dos 18 países e das três instituições exatamente a mesma posição: o contexto adequado para mantermos um diálogo com as autoridades gregas é o contexto do programa”, cuja extensão pode ser pedida “mediante um conjunto de compromissos que sejam assumidos”.

“Enfim, estamos todos disponíveis para manter estas conversas se e quando for necessário”, disse.

Questionada sobre se o que distingue definitivamente Portugal da Grécia é a questão da confiança, um assunto abordado durante o debate que teve lugar em Berlim, por ocasião da conferência organizada pela Fundação Bertelsmann, a ministra disse que, de facto, “a confiança é um elemento fundamental”.

“Quando nós estamos numa união económica, quando estamos numa união monetária, em que tudo aquilo que um faz tem impacto em todos os outros, e quando estamos a falar de solidariedade, naturalmente que a confiança é um elemento fundamental. Tem que ser um elemento fundamental. Nós temos que saber que a outra parte está disposta a cumprir os compromissos que assumiu e que não vamos ter surpresas mais à frente”, disse.

Durante o debate, a ministra sublinhara que Portugal solicitou, e obteve, algumas alterações ao memorando de entendimento, “sempre no quadro do programa e das regras”, e só depois de demonstrar de forma inequívoca aos seus parceiros que era “credível” e que iria cumprir os compromissos assumidos.

Hoje, o Governo grego anunciou que vai apresentar na quinta-feira o pedido de prolongamento do “crédito” aos parceiros europeus, mas não do programa vinculado ao mesmo.

O presidente do Eurogrupo, que anunciou que a Grécia teria até sexta-feira para pedir um prolongamento do atual programa de resgate, deverá agora decidir se a proposta de Atenas é a base suficiente para a convocação de uma nova reunião dos ministros das Finanças da zona euro.

Em menos de uma semana, o Eurogrupo reuniu-se por duas vezes em Bruxelas para encontrar uma solução para a Grécia, mas as duas reuniões acabaram sem acordo, com o atual programa de assistência financeira ao país a terminar no fim deste mês.

OJE/Lusa

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